A Nuclep dá novos passos na direção das diretrizes adotadas internamente desde o início da atual gestão liderada pelo presidente Carlos Seixas. Enquanto aguarda a retomada das obras de Angra 3, a empresa diversifica negócios para ampliar o seu faturamento. Ao longo de 2024, a Nuclep conquistou três contratos com a Petrobras para a fabricação de estacas torpedo – fundações de aço que servem para fixar linhas de ancoragem – e está bem perto de assinar o quarto acordo do tipo com a petroleira. “A vitória nessa licitação aconteceu há cerca de quinze dias. A assinatura do contrato deve acontecer em breve, com entregas previstas para 2025”, disse Seixas. Enquanto isso, no segmento de defesa, a Nuclep deve finalizar no início de janeiro a construção de uma parte vital do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene) – que é um protótipo em terra, em escala real, do futuro submarino nuclear brasileiro, localizado em Aramar (SP). A Nuclep trabalha nas obras do chamado “Bloco 40”, que abrigará o reator do Labgene. Por fim, Seixas revela ainda que a empresa finalizou o seu novo planejamento estratégico, que privilegia os setores de óleo & gás e defesa, mas sem deixar de lado o setor nuclear: “Angra 3 não é bom apenas para a Nuclep, mas também para o Brasil. Vamos aumentar a nossa capacidade de energia de base, com a energia nuclear, contribuindo para uma matriz energética mais sustentável no país”, finalizou.
Poderia começar falando aos nossos leitores como está a expectativa da empresa em relação à retomada das obras de Angra 3?
Estamos com uma expectativa muito grande. Em dezembro, deve haver uma definição sobre a continuação da construção de Angra 3. Isso é uma ótima perspectiva, pois será um grande ganho para a Nuclep ter a oportunidade de terminar a construção desses equipamentos. Além de gerar mais empregos naquela região, que considero muito importante, também trará um faturamento mais significativo para a empresa, que é, originalmente, voltada para a construção de equipamentos nucleares. Angra 3 não é bom apenas para a Nuclep, mas também para o Brasil. Vamos aumentar a nossa capacidade de energia de base, com a energia nuclear, contribuindo para uma matriz energética mais sustentável no país. Acho isso muito importante.
Seria interessante também se pudesse compartilhar conosco algumas atualizações sobre o andamento da obra do Bloco 40 do Labgene.
O Bloco 40 está praticamente pronto, faltando apenas alguns ajustes finais na parte que cabe à Nuclep. Já instalamos em Aramar o Bloco 40, que é a estrutura onde ficará o reator nuclear do LABGENE. Restam apenas algumas soldas para finalizar essa etapa, e acredito que no começo de 2025 faremos essa entrega para a Marinha do Brasil.
E quais são as novidades dentro do segmento de óleo e gás?
O setor de óleo e gás está sendo fantástico. Estamos construindo muitas estacas torpedo para a Petrobras. Já vencemos três licitações, e agora ganhamos mais uma. Nosso preço está muito competitivo e a Petrobras está bastante satisfeita com nosso desempenho. Inicialmente, estávamos construindo sete estacas torpedo por mês, e agora estamos fazendo quinze, o que significa um ganho de produtividade com a experiência acumulada. Esse é mais um segmento em que a Nuclep vem se destacando no mercado, sendo reconhecida como uma grande relevância no setor.
Como será o calendário de execução desse novo contrato com a Petrobras?
A vitória nessa licitação aconteceu há cerca de quinze dias. A assinatura do contrato deve acontecer em breve, com entregas previstas para 2025.
Por fim, poderia detalhar um pouco sobre o novo planejamento estratégico da empresa?
Fizemos um planejamento estratégico que prevê a continuidade da atuação no setor de óleo e gás, que é muito importante para o faturamento da Nuclep. Mas não podemos esquecer o segmento nuclear, que é a nossa principal razão de ser. Temos uma grande expectativa de retomada da construção de Angra 3, que é crucial para a estabilidade da matriz energética do Brasil e, claro, para a Nuclep. Além disso, estamos focados na construção do futuro submarino de propulsão nuclear convencionalmente armado para a Marinha do Brasil. Esse projeto é de extrema importância tanto para o país quanto para a Nuclep.