O mercado de transporte marítimo registrou um aumento significativo na demanda por navios movidos a gás natural liquefeito (GNL) em fevereiro de 2025, com oito novos pedidos de navios-tanque, expandindo em 50% a carteira global desses navios, segundo dados da Alternative Fuels Insight (AFI), da DNV. O crescimento ocorre em meio a uma forte adesão ao GNL como combustível marítimo, refletida também nos 33 novos pedidos de porta-contêineres movidos a GNL no mesmo período. Juntos, esses navios representam quase todos os 34 pedidos de embarcações com combustíveis alternativos feitos no mês.
Apesar de os dois primeiros meses de 2025 apresentarem uma queda de 35% em relação ao mesmo período de 2024, os números de fevereiro indicam a maior atividade de pedidos desde outubro do ano passado, sugerindo uma recuperação no mercado de combustíveis alternativos. Jason Stefanatos, diretor global de descarbonização da DNV Maritime, destacou que, com base nas embarcações já encomendadas, o número de navios movidos a GNL em operação deve praticamente dobrar até o final da década. Ele ressaltou que a transição energética no setor marítimo depende do desenvolvimento paralelo da infraestrutura de abastecimento e fornecimento de combustível.
O segmento de transporte de contêineres continua liderando a adoção do GNL, evidenciando o papel das iniciativas voluntárias do mercado na descarbonização da indústria naval. Em um movimento que pode acelerar essa transição, o Departamento de Energia dos EUA removeu barreiras regulatórias para o uso do GNL como combustível marítimo. A nova ordem revoga uma diretriz da administração Biden que impunha restrições adicionais às operações de abastecimento de GNL dos EUA, ao classificá-las como exportação caso a embarcação receptora fosse registrada no exterior.