A produção da indústria naval uruguaia será considerada no Brasil como produto local e vice-versa, em virtude de um acordo assinado nesta quinta-feira entre ambos os governos para integrar esta indústria e suas cadeias produtivas.
O convênio foi assinado por representantes de ambos os países durante o I Encontro da Indústria Naval, Petróleo e Gás Uruguai-Brasil que começou hoje na capital uruguaia, onde foi destacado esse documento como um marco para o desenvolvimento regional.
O reconhecimento recíproco de produção local da indústria naval se estende também aos serviços e inscreve-se dentro dos trabalhos do Grupo de Alto Nível Uruguai-Brasil estabelecido pelos presidentes José Mujica e Dilma Rousseff para promover uma maior integração bilateral.
Segundo informou o Ministério de Indústria do Uruguai em comunicado, esta iniciativa faz parte de uma agenda com ações concretas para avançar na integração em áreas de capacitação, certidão e acordos público-privados tanto na cadeia produtiva naval como no setor do petróleo e gás.
O ministro interino de Indústria do Uruguai, Edgardo Ortuño, afirmou após a assinatura do acordo que se trata do resultado do ‘compromisso e da vontade de ambos os países’ por uma maior complementação que abrirá ‘uma nova etapa de desenvolvimento industrial, gerador de trabalho’.
Ortuño acrescentou que os setores naval, de petróleo e gás, ‘importantes por si mesmos’, são além disso integrantes de cadeias de valor que podem se potencializar e ‘gerar crescimento’.
Além disso, Ortuño apontou que crescerá ainda mais dado o impulso que vive o setor dos hidrocarbonetos em toda a região. Junto a isto, terá importância no desenvolvimento de outros setores, como o transporte fluvial. Para Ortuño, o Uruguai será beneficiado especificamente em três aspectos: a adaptação de novas tecnologias de sua indústria pelas mãos de investimentos estrangeiros, a ampliação de suas infraestruturas e o crescimento dos mercados.
Por sua vez, a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, Heloísa Menezes, lembrou durante a assinatura que este acordo de integração é o segundo do Mercosul, depois do relativo à cadeia automotiva, que gerou resultados positivos. Os políticos lembraram, além disso, que tanto as recentes descobertas de petróleo na plataforma marinha brasileira como os bem-sucedidos chamados à exploração de seu território marítimo na busca de hidrocarbonetos realizado pelo Uruguai serão refletidas em uma ‘explosão do crescimento’ nas áreas naval e de hidrocarbonetos e trarão ‘um enorme volume de investimentos’.
Fonte: Jornal do Commercio (POA)/EFE