O FIP Brasil Óleo & Gás, fundo gerido pela Valora Gestão de Investimentos, concluiu a aquisição de participação minoritária na DSB Serviços de Óleo e Gás, holding do BTG Pactual com atuação em duas empresas de logística offshore (marítima). A conclusão do negócio, que será anunciada hoje, incluiu um aporte pelo FIP de R$ 150 milhões na companhia, que possui 38 embarcações próprias, em operação ou construção, e opera outras 19 de terceiros.
A DSB Serviços detém investimentos na Bravante e na Deep Sea Supply BTG B.V. (DESS BTG). A Bravante, inicialmente uma empresa de entrega de combustível para navios (bunker), recebeu um aporte do BTG Pactual em 2010, quando passou a ser uma empresa de apoio a marítimo.
Já a DESS BTG surgiu de um investimento feito pela DSB em maio de 2013, quando a empresa adquiriu 50% de 21 embarcações de apoio marítimo da norueguesa Deep Sea Supply, companhia com longa experiência no setor. Além de já ter presença no Brasil, a DESS BTG foi escolhida pela DSB para ser a porta de atuação no mercado internacional.
“Essas embarcações são como caminhões de entrega que levam combustíveis, brita, cimento, água destilada, etc. do continente até a plataforma. Com distâncias entre 60 e 300 quilômetros até o continente, a atividade logística é complexa, não só pelo número de plataformas, mas pela distância envolvida”, afirmou Paulo Rezende, executivo da Valora responsável pela operação envolvendo a DSB Serviços.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), o mercado brasileiro de afretamento de navios de apoio marítimo movimentou US$ 4,5 bilhões em 2013, com a operação de 469 embarcações.
Com a operação, a primeira fechada pelo FIP Brasil Óleo & Gás, o fundo terá direito a um assento no conselho de administração da DSB Serviços. O cargo será ocupado por Álvaro Novis, que também preside o conselho de administração da Valora. A participação final do FIP Brasil Óleo & Gás na DSB Serviços não foi revelada.
“Estudamos muito o setor de apoio marítimo e estamos apostando na demanda já visualizada para 2020”afirmou Novis, prevendo que a demanda levará a frota de barcos de apoio praticamente a dobrar nesse período.
Segundo Daniel Pegorini, sócio e principal executivo da Valora, o FIP está negociando outra operação no setor, prevista para ser concluída no segundo semestre. O foco agora é uma fabricante de equipamentos de petróleo e gás, cujo nome não foi revelado.
Estruturado há cerca de dois anos, o FIP Brasil Óleo e Gás prevê investir R$ 500 milhões no setor. O fundo tem assessoria financeira do BB Investimentos e consultoria técnica da Gaia Oil & Gas.
Este é o primeiro fundo da Valora voltado para a área de óleo e gás, impulsionado pelo ambicioso plano da Petrobras de investir US$ 220,6 bilhões até 2018.
Na área de energia, a Valora é gestora do Caixa FIP Amazonia Energia, que tem 20% da Santo Antônio Energia, dona da hidrelétrica de Santo Antônio, de 3.150 MW no rio Madeira (RO).
Fonte: Valor Econômico – Rodrigo Polito | Do Rio