Como parte do processo de modernização de sua frota de superfície, a Marinha do Brasil confirmou que no próximo dia 8 de agosto será realizada a cerimônia de batismo e lançamento ao mar da fragata Jerônimo de Albuquerque (F201), segunda unidade da classe Tamandaré.
O evento acontecerá no estaleiro TKMS Estaleiro Brasil Sul, na cidade de Itajaí, marcando mais um avanço na construção desta série de navios concebidos para fortalecer as capacidades operacionais da força naval.
A classe Tamandaré, projetada para substituir as fragatas das classes Niterói e Type 22, é composta por quatro unidades baseadas no projeto MEKO A100 de origem alemã. Sua construção está a cargo da Sociedade de Propósito Específico Águas Azuis, formada pela Thyssenkrupp Marine Systems (TKMS), Embraer e Atech. O projeto visa ampliar a capacidade de vigilância, controle e defesa do litoral marítimo brasileiro, além de impulsionar o desenvolvimento da indústria naval local por meio da transferência de tecnologia e geração de empregos especializados.
Seguindo o mesmo procedimento aplicado à fragata Tamandaré (F200), a Jerônimo de Albuquerque será batizada em cerimônia oficial e, posteriormente, transferida para o dique flutuante, onde será lançada ao mar de forma controlada. Com esse passo, a unidade ingressará formalmente em sua fase de alistamento final, na qual será concluída a integração de sistemas. Para coordenar esse processo, a Marinha estabeleceu o Grupo de Recebimento de Fragatas (GRF), liderado pelo Capitão de Fragata Vinícius Mendonça Lancetta, que também será o seu primeiro comandante.
A Tamandaré (F200), primeira unidade da série, encontra-se na fase final de construção, com o início das provas de mar previsto para este mês e entrega estimada para o final de 2025. Paralelamente, a terceira fragata do programa, Cunha Moreira (F202), avança na fase de montagem, cumprindo o cronograma estabelecido pelo Programa de Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), que prevê a entrega escalonada das quatro unidades até 2029.
Com um deslocamento de 3.380 toneladas, comprimento de 107 metros e autonomia de 5.000 milhas náuticas, as fragatas Tamandaré foram projetadas para missões de escolta, patrulha oceânica e controle de áreas marítimas de interesse estratégico. Sua tripulação é composta por aproximadamente 130 militares, podendo alcançar velocidades de até 25,5 nós.
O armamento dessa classe é composto por um canhão principal OTO Melara-Leonardo de 76/62 mm, um canhão automatizado Rheinmetall Sea Snake de 30 mm, o sistema lançador de torpedos SEA TLS-TT, o sistema de contramedidas Terma C-Guard, mísseis antiaéreos MBDA Sea Ceptor e mísseis antinavio MANSUP, estes últimos desenvolvidos pela empresa brasileira SIATT em colaboração com a Marinha.
No último dia 26 de junho, a Marinha do Brasil formalizou a aquisição do sistema MANSUP por meio de um contrato estratégico com a SIATT, garantindo o fornecimento para as futuras unidades da classe. Este passo reforça o compromisso de integrar capacidades de combate de desenvolvimento nacional, alinhadas com os objetivos de soberania tecnológica do programa.
