Classe Macaé: Marinha avança na construção de dois Navios-Patrulha

  • 22/08/2025

A construção naval desempenha função estratégica no desenvolvimento econômico e tecnológico de um país: impulsiona a indústria pesada, movimenta cadeias produtivas complexas e gera milhares de empregos diretos e indiretos, desde a engenharia até a logística. Nesse sentido, a construção dos Navios-Patrulha da Classe “Macaé”, atualmente em curso no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), é fundamental não apenas para a Marinha do Brasil (MB), mas também para o desenvolvimento nacional.

“Ao investir em embarcações e inovação, o País fortalece sua soberania sobre rios, lagos e, sobretudo, sobre seu litoral, garantindo mais autonomia em transporte, defesa e exploração de recursos naturais. O estímulo à indústria naval, que aquece a economia, também é primordial”, afirmou o Superintendente de Construção de Meios de Superfície da Diretoria Industrial da Marinha (DIM), Capitão de Mar e Guerra (Engenheiro Naval) Maury Cid Sambiase.

Com previsão de entrega para 2026, o Navio-Patrulha (NPa) Mangaratiba já atingiu mais de 50% de avanço físico em sua construção. Projetado como o quarto navio da Classe Macaé, o Mangaratiba contribuirá significativamente para a Esquadra e para a proteção dos interesses nacionais no mar. A relevância do projeto é evidenciada pela inclusão do Programa de Obtenção de Navios-Patrulha (PRONAPA) no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. A medida garantiu parte dos investimentos destinados à construção e à modernização da infraestrutura de oficinas especializadas do AMRJ, o estaleiro em atividade mais antigo do País.

Principais características

Com o casco em aço e a superestrutura em alumínio, o NPa Mangaratiba é uma embarcação com 54,2 metros de comprimento e calado máximo (medida da parte submersa do navio ao operar com toda sua capacidade) de 2,48 metros, projetada para atender a múltiplas funções operativas com eficiência e autonomia. O navio comportará uma tripulação composta por até 43 militares – incluindo 8 reservas – e terá um raio de ação de 2.500 milhas náuticas (mais de 4 mil quilômetros) em velocidade de cruzeiro, o que corresponde a aproximadamente seis dias de autonomia, variável conforme a quantidade de mantimentos, água e demais suprimentos embarcados.

O processo de construção do Mangaratiba mobiliza cerca de 70 profissionais, entre civis e militares, demonstrando a integração entre a indústria naval e a Marinha na consolidação de capacidades estratégicas nacionais. O navio combina robustez estrutural, versatilidade e alcance significativo em missões de patrulha, apoio logístico ou operações especiais.

Nos anos seguintes à entrega do Mangaratiba, ainda está prevista a conclusão do Miramar, o quinto navio da classe encontra-se em construção no mesmo Edifício 17, ao lado do Mangaratiba. O projeto será o mesmo, com possibilidade de melhorias pontuais, como um veículo não tripulado para guerra contra minagem.

A Diretoria Industrial da Marinha (DIM) é a organização militar responsável por estabelecer políticas industriais, no âmbito da Marinha, gerenciar projetos de manutenção programadas de navios de superfície e submarinos, bem como supervisionar os navios de superfície em construção no AMRJ. Com isso, a Diretoria contribui para a gestão do ciclo de vida de meios navais e sistemas estratégicos, bem como provê orientação técnica de competência do Setor do Material. Entre suas subordinadas estão o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), a Base Naval da Ilha das Cobras (BNIC), o Centro de Manutenção de Sistemas (CMS), a Escola Técnica do Arsenal de Marinha (ETAM) e o Estaleiro de Manutenção da Ilha da Madeira (EMIM).

A maior parte da mão de obra utilizada na construção do Mangaratiba e do Miramar são resultantes de contratos específicos, celebrados entre o AMRJ e empresas da indústria naval brasileira, modelo de negócio que busca economicidade, eficiência na construção e que impacta diretamente a infraestrutura e a integração nacional.

Uma indústria naval qualificada permite o fortalecimento do transporte hidroviário, que é mais eficiente, sustentável e econômico em relação a outros modais. Isso favorece o escoamento da produção agrícola e industrial, especialmente em regiões de difícil acesso, contribuindo para o equilíbrio do desenvolvimento entre diferentes áreas do território. Fomentar a construção naval é investir em progresso econômico, segurança estratégica e coesão territorial.

Fonte: MB – Defesa Aérea e Naval – Guilherme Wiltgen