Unidades encomendada no final de 2023 receberam investimentos da ordem de R$ 220 milhões. Empresa também aposta no aquecimento do segmento offshore e na diversificação da logística portuária
A Camorim iniciou, nesta semana, a operação do rebocador C Harpia, quinto e último rebocador de uma série de unidades azimutais, com 80 toneladas de tração estática (Bollard Pull) encomendadas ao estaleiro Detroit, em Itajaí (SC). A embarcação foi entregue na semana passada. Além do reboque portuário, a empresa vem apostando no apoio offshore, que está aquecido, e na logística portuária, que ocupa diferentes tipos de embarcações, desde lanchas e balsas a cábreas e rebocadores.
A série de cinco rebocadores, encomendada ao Detroit no final de 2023, recebeu investimentos da ordem de R$ 220 milhões, considerando atualizações de inflação e demais variantes. A Camorim destaca que são embarcações de última geração construídas em estaleiro nacional, cada vez mais modernas e com menor nível de emissões.
“Olhamos bastante estaleiros fora do Brasil podendo ser opção e o que temos no mercado nacional não perde em nada para os melhores estaleiros do mundo. Temos convicção de que está na vanguarda de tecnologia para rebocadores azimutais”, destacou o vice-presidente da Camorim Serviços Marítimos, Eduardo Adami, à Portos e Navios.
Ele explicou que a Camorim adota majoritariamente duas estratégias distintas para ampliação da frota: a construção de rebocadores portuários no Brasil e o afretamento de embarcações de apoio offshore do exterior, com lastro na tonelagem que a empresa vem ampliando ao longo dos anos.
O VP observa que outras empresas também fizeram esse movimento de trazer embarcações do exterior para atender às demandas de novos contratos que surgiram nos últimos anos. “Temos muita tonelagem brasileira disponível para poder trazer embarcação do exterior para operar no mercado offshore. Esses [rebocadores e supplies] são os dois principais segmentos e onde fazemos maior número de investimentos”, ressaltou Adami.
Os investimentos da Camorim em offshore são de aproximadamente R$110 milhões para atendimento a contratos de longo prazo com a Petrobras e embarcações de apoio para outras companhias. “Vejo o mercado de apoio aquecido, com bastante oportunidade, tem muito bid acontecendo, muita oportunidade na rua, principalmente capitaneada pela Petrobras. Nossa intenção é crescer o máximo possível, aproveitando essas oportunidades já que mercado está surfando momento de tarifas elevadas”, analisou.
Adami destacou ainda o contrato firmado pela Camorim para operações com a Petrobras e a OOS International B.V. envolvendo o afretamento e prestação de serviços de operação náutica e hotelaria referentes a duas embarcações autoeleváveis do tipo Liftboat. As embarcações vão apoiar operações de manutenção e prontidão de plataformas fixas que serão descomissionadas nas bacias Sergipe-Alagoas e Rio Grande do Norte-Ceará.
De 2015 a 2019, a Camorim construiu em seu estaleiro no Rio de Janeiro 11 embarcações, sendo 6 portuárias e 5 LHs (manuseio de linhas e amarrações) para offshore. Segundo Adami, devido à crise do setor offshore no início desse período, a conclusão de um desses LHs ocorreu em 2024, já com o mercado aquecido. Atualmente, compõem a frota da companhia 17 LHs, 4 PSVs (transporte de suprimentos) e 1 AHTS (manuseio de âncoras).
