GENEBRA — A Organização Mundial do Comércio (OMC) destaca em seu relatório anual a preocupação de membros da entidade com o ‘’crescente uso pelo Brasil de taxas indiretas para proteger e promover a indústria doméstica, principalmente através do uso de conteúdo local’’.
No “Relatório do Comércio Mundial 2014”, divulgado ontem, segunda-feira, pelo diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, a entidade nota que as exigências de conteúdo local no Brasil foram estendidas do setor automotivo para outros segmentos, como os de telecomunicações, produtos digitais, semicondutores e fertilizantes.
A OMC observa, contudo, que as preocupações identificadas foram levantadas por outros membros em relação a programa do Japão, país que justamente é um dos que mais reclamam contra o Brasil.
Os japoneses têm programa de desoneração para o setor de madeira, adotado em julho de 2013, desenhado para reforçar a oferta e o uso de produtos florestais japoneses.
Durante 2013, diz a OMC, houve vários questionamentos sobre a exigência de conteúdo local no setor de telecomunicações no Brasil, na Índia e Indonésia, assim como no setor de energia de Indonésia, Nigéria e Ucrânia, além de certas medidas de investimentos requeridas no setor siderúrgico da China.