Os preços do petróleo, que se mantêm numa trajetória de alta sustentada, estão pressionando as petrolíferas a procurar reservas inexploradas em águas cada vez mais profundas e mais difíceis de operar, causando uma onda de compras de embarcações especializadas em perfuração, capazes de buscar petróleo em profundidades superiores a 10.000 metros.
Ontem, a sul-coreana Daewoo Shipping & Marine Engineering Co. informou que conseguiu uma encomenda para um navio-sonda de US$ 528 milhões da suíça Transocean Ltd., a maior operadora mundial de navios de perfuração petrolífera. No início da semana, a Daewoo anunciou um pedido de mais dois navios-sonda de uma empreiteira africana cujo nome não revelou.
Nos últimos cinco anos, a frota mundial de navios-sonda mais que dobrou, para 92 unidades. Outros 76 virão nos próximos quatro anos, tornando esses navios o segmento de crescimento mais rápido de perfuração em alto-mar, segundo o Clarksons, banco de dados do setor.
A Coreia do Sul é a principal fabricante mundial de navios-sonda, conquistando oito dos 10 pedidos feitos nos primeiros nove meses do ano, de acordo com o ministério do Comércio do país.
As operadoras de navios-sonda estão fazendo uma aposta arriscada de que o aumento na produção de petróleo de xisto não deve alterar o atual nível do preço do petróleo. Elas apostam na demanda das economias emergentes e no alto custo de produção do petróleo de xisto.
“O petróleo do futuro vai ser encontrado aqui [em águas profundas]“, diz Claus V. Hemmingsen, presidente-executivo da Maersk Drilling, filial para plataformas de petróleo da A.P. Moller-Maersk Group, da Dinamarca. A Maersk Drilling pretende colocar em operação seus novos navios-sonda no início de 2014.