Com a redução das importações de aço, a Usiminas espera terminar o ano com um crescimento de mais de 5% em seu volume de vendas, acima da estimativa para o consumo do país feita pelo Instituto Aço Brasil (IABr), de 3,2%, disse ontem o vice-presidente comercial da empresa, Sergio Leite. Durante encontro com investidores e analistas, ele afirmou que pretende atingir, neste trimestre, o mesmo volume do trimestre passado – alta de 2%.
Leite considerou que as previsões do IABr estão “abaixo do que o Brasil precisa”. O instituto reviu para baixo a projeção consumo aparente, de aço bruto no Brasil para 25,99 milhões de toneladas no ano. Antes, era de 4,2%.
Ronald Seckelmann, vice-presidente de finanças e relações com investidores, disse que a Usiminas vê como possibilidade de crescimento a queda das importações. A previsão para o ano, de aços planos, é de 1,3 milhão de toneladas, na avaliação da Usiminas, com base na anualização do primeiro semestre. O valor é 28% inferior ao total de 1,8 milhão de toneladas do ano passado.
Sobre os preços do aço, Leite afirmou que eles acompanham os movimentos externos e que, nas últimas semanas, houve aumento no exterior, ao mesmo tempo em que o real se desvalorizou. Segundo ele, a Usiminas está em negociação com seus clientes do setor automobilístico para definir o preço que vai vigorar a partir de janeiro. Nos demais segmentos, disse estar em processo de discussão. Para a distribuição, a empresa aplicou reajustes de até 7%.
Em mineração, a empresa espera vender 6,5 milhões de toneladas neste ano, disse Seckelmann, abaixo da capacidade de 8 milhões de toneladas, devido à falta de capacidade portuária para escoamento. A empresa aguarda as operações do Porto Sudeste, da MMX. “Com o porto em operação, no ano que vem o volume tenderá a ser melhor”, afirmou.
A siderúrgica vai concluir a expansão de produção de minério de ferro no “Projeto Friáveis” neste trimestre, indo para 12 milhões de toneladas. Já o “Projeto Compactos”, que elevaria o volume a 25 milhões de toneladas, ainda está em estudo, com definição prevista no início de 2014. Segundo Wilfred Bruijn, diretor-executivo de mineração, a decisão depende de questões de tecnologia e dos preços do minério. A Usiminas trabalha com preço de US$ 130 a tonelada, tendendo a US$ 120 no fim do ano.