O modelo de partilha elaborado pelo Brasil para a exploração do petróleo do pré-sal não existe em nenhum lugar do mundo, afirmou o presidente da francesa Total no Brasil, Denis Palluat. Segundo ele, o sistema tem peculiaridades que precisam ser estudadas profundamente pelas empresas.
O executivo, que participou da assinatura de contratos de concessão da 11ª rodada nesta terça-feira, disse que a Total está avaliando sua participação no leilão da área de Libra, previsto para outubro. “Claro que Libra é uma oferta interessante, mas precisamos estudar, principalmente porque é um contrato totalmente novo, inédito no mundo”, afirmou ele.
O ineditismo, segundo ele, é marcado por exemplo pelo grande poder dado à estatal do pré-sal, que terá poder de veto e outras atribuições nas decisões tomadas acerca dos campos do pré-sal que serão ofertados, inclusive o de Libra. “A PPSA (Pré-Sal Petróleo SA) tem muito poder sem investir”, acrescentou.
A área de Libra é a maior reserva de petróleo do Brasil, com estimativas das reservas recuperáveis que poderão atingir de oito a 12 bilhões de barris. A ANP recebeu dezenas de sugestões para os contratos de partilha para a área de Libra, a ser leiloada sob o novo modelo.
A audiência pública para encerrar a coleta de sugestões das empresas e sociedade civil ocorre nesta terça-feira, e a agência deverá tornar definitivas as minutas do edital para o leilão e para o contrato até o final de agosto, afirmou o diretor da reguladora, Helder Queiroz.