Os fundos de investimento dedicados a bônus brasileiros receberam fluxo semanal recorde de recursos, segundo a consultoria EPFR Global. Na semana encerrada em 22 de janeiro, foram aplicados US$ 395 milhões nessa categoria, sendo que a maior parte teve como destino dois fundos locais, cujos nomes não foram divulgados.
Os dados estão em linha com informações passadas à presidente Dilma Rousseff, que participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Conforme o Valor apurou, a presidente foi avisada por auxiliares que o Brasil recebeu na semana passada um forte fluxo de capitais.
Aplicações em mercados emergentes vinham sofrendo nas últimas semanas. No caso dos fundos de bônus desses países, de uma forma geral, ainda houve saques, mas esse movimento de retiradas perdeu força e ficou no menor nível desde meados do segundo trimestre do ano passado.
Já os fundos de ações de emergentes continuaram a registrar saída significativa de recursos, segundo a EPFR. Foram retirados US$ 2,43 bilhões na semana, a 13ª consecutiva de saques. Desde 2002 esses fundos não registravam um período tão longo de fluxos negativos.
A EPFR afirma que os países emergentes têm sofrido com o clima menos atraente para os investimentos criado pela decisão do Federal Reserve (Fed) de iniciar a redução do seu programa de compras de ativos. Mais recentemente, problemas isolados em Argentina, Turquia e Ucrânia, além de dados econômicos mais fracos na China, também pesaram sobre o humor dos investidores.
Com isso, os investidores passaram a olhar alguns países desenvolvidos. Os fundos europeus de ações, bônus e money market receberam mais de US$ 22 bilhões na semana encerrada em 22 de janeiro. Os fundos de ações japoneses, por exemplo, receberam mais de US$ 4 bilhões desde o início do ano. Fundos de bônus dos Estados Unidos e de ações do Reino Unido também vivenciaram forte entrada de recursos na semana. Com a busca por retornos maiores, fundos dedicados aos mercados “PIIGS”, que abarcam ativos de Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, também continuaram a ter bom desempenho.
Fonte: Valor Econômico – Aline Oyamada | De São Paulo