Seabrokers registra tendência do aumento do valor das diárias de PSV e AHTS

  • 16/08/2013

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Sinaval-Informa-106 O gerente geral da Seabrokers Group no Brasil, Fernando Cruz, apresentou dia 15/08/2013, na Navalshore, a visão do grupo sobre a demanda mundial e do Brasil por embarcações de apoio offshore, registrando a tendência internacional de aumento do valor da diárias dos navios tipo PSV e AHTS. Os valores médios pagos em diárias de afretamento de navios de apoio offshore, principalmente PSV e AHTS (os dois tipos mais demandados) mostram considerável aumento em relação a 2012:

Tipos de navios 2012 2013
PSV US$25.000 US$ 39.000
AHTS US$ 32.000 US$ 55.000

 

Há vigorosa construção de novos navios para este mercado, mas a demanda mostra perspectiva de grande expansão, principalmente considerando o aumento da demanda no México com a decisão do fim do monopólio de exploração e produção de petróleo:

Tipos Frota atual Novas construções Total
PSV 1.136 360 1.496
AHTS 1.845 175 2.020
Total 2.981 535 3.516

 

Mercado mundial

No Golfo do México, a utilização das embarcações AHTS tem sido em geral baixa e sazonal, enquanto que a de PSV aumentou. As taxas de afretamento dos PSVs de todos os portes têm aumentado ao longo dos últimos doze meses, principalmente para as embarcações de 1.000 a 2.000 TPB.

  • Na América Latina, os níveis de utilização têm se mantido estáveis com tendência de crescimento, principalmente devido ao desenvolvimento dos campos do Pré-sal no Brasil.
  • Na África Ocidental, as taxas de utilização apresentaram ligeira queda nos últimos doze meses, entretanto o desenvolvimento de novos projetos em águas profundas podem inverter essa tendência em futuro próximo.
  • Na Ásia, a utilização tanto de PSVs com menos de 2.000 TPB quanto de AHTS com menos de 6.000 BHP aumentou nos últimos meses.

Mercado brasileiro

O foco atual do mercado brasileiro, por razões óbvias, são as oportunidades advindas do Pré-sal.

  • Enorme volume das reservas esperadas (5 a 8 bilhões de barris de petróleo).
  • Enormes distâncias e área de abrangência (Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo).
  • Grande demanda de novos equipamentos e recursos.
  • Mas existem desafios a serem vencidos para que a produção no Pré-sal torne-se mais rentável:
  • As áreas de exploração são distantes da costa – desafios logísticos e ambientais. As empresas, tanto de petróleo e gás quanto as de navegação, são surpreendidas constantemente com novas interpretações das regras e regulamentos existentes, o que gera alterações nos procedimentos e aumento dos custos de operação no Brasil.
  • No sistema de partilha: Petrobras é a única operadora; com participação mínima de 30% em todos os blocos; responsável por desenvolver tecnologia, contratar pessoal e manter prioridade para aquisição de bens e serviços no mercado doméstico. As outras empresas poderão ter participação de até 70% no negócio e serão escolhidas, em licitação, através do maior percentual do lucro oferecido ao Estado.
  • A experiência mundial mostra que as operadoras se sentem mais confiantes quando têm o controle sobre a tecnologia e as soluções aplicadas a seus projetos. Isso estimula o investimento pois o risco do negócio não depende de terceiros.
  • Os investimentos da Petrobras para cumprir seu duplo papel de investidora e operadora de todos os blocos do pré-sal serão expressivos e exigirão capacidade financeira da estatal para alcançar suas metas operacionais.
  • A Petrobras terá paralelamente que manter seus investimentos nas atividades no Pós-sal, recursos tanto para exploração quanto para manutenção da produção.
  • A carência de pessoal qualificado no Brasil é outro desafio a ser resolvido.
  • As empresas de petróleo, e suas contratadas, realizam grandes investimentos em equipamentos de alta tecnologia e necessitam de pessoal qualificado para sua operação.
  • A formação de mão de obra local deve ser encarada e tratada como assunto urgente e prioritário.
  • As metas de conteúdo local também devem ser realistas a fim de não se tornarem restrições ou empecilhos ao desenvolvimento dos projetos.
  • A produção de equipamentos no Brasil deve ser estimulada e exigida na medida em que os padrões de qualidade necessários sejam atingidos.

Conclusões

O aumento da produção dos EUA é decorrente principalmente das reservas de xisto, localizadas em terra, portanto não é esperado aumento expressivo na demanda de embarcações de apoio marítimo, mas qualquer demanda que venha a ocorrer obrigatoriamente será atendida por embarcações de bandeira norte-americana.

  • Novas oportunidades de afretamento devem ocorrer no Brasil, na Colômbia e na Ásia e possivelmente, mas em menor escala, na África Ocidental.
  • O presidente do México, Enrique Peña Nieto, apresentou recentemente um projeto de lei que acaba com o monopólio de exploração e produção de petróleo e gás em território mexicano, o que ajudaria a superar a tendência de queda na produção de petróleo no país. Caso aprovado, novas oportunidades de afretamento devem também ocorrer no México.
16/08/2013|Seção: SINAVAL Informa|Tags: , , |