A China vem emergindo como a maior investidora mundial em pesquisa e desenvolvimento. Em recente relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país superou a União Europeia (UE) e se tornou o segunda maior investidor mundial, atrás dos EUA. A OCDE prevê que a China vai ultrapassar os EUA e assumir a liderança em 2019, caso os investimentos continuem no ritmo atual.

De acordo com o relatório da entidade, os gastos domésticos em pesquisa e desenvolvimento na China dobraram entre 2008 e 2012, em comparação ao aumento anual de 1,6% dos países da organização durante o mesmo período. A OCDE destacou ainda que o baixo crescimento é resultado da lentidão na recuperação das finanças públicas em muitos países desde a crise econômica mundial. “Os orçamentos públicos ficaram estagnados ou encolheram em muitos países e os investimentos das empresas foram suprimidos”, segundo o informe da OCDE.

Os investimentos da China em pesquisa e desenvolvimento vão continuar a crescer em ritmo acelerado, praticamente dobrando o volume atual e chegando a US$ 600 bilhões daqui a 20 anos, projeta a OCDE. A UE e os EUA também deverão aumentar os investimentos, mas em menor ritmo, com cada um elevando seus orçamentos de pesquisa e desenvolvimento em cerca de US$ 50 bilhões em comparação a 2012.
A OCDE projeta que os investimentos chegarão a US$ 282 bilhões na UE e a US$ 397 bilhões nos EUA. Já no Japão, prevê-se que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento ficarão praticamente estagnados até 2024, próximos aos US$ 134 bilhões gastos em 2012.

Outros países do bloco conhecido como Brics mostraram sinais de aumento nas pesquisas. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul produziram cerca de 12% das publicações científicas mundiais de alta qualidade em 2013, quase o dobro de dez anos antes. Os EUA, por sua vez, produziram cerca de 28%.

Fonte: Valor Econômico – Tomomi Kikuchi | Nikkei