A presidente Dilma Rousseff deve anunciar nesta sexta-feira a tarde, em visita à Região Sul do Estado, a manutenção do Polo Naval de Rio Grande. A informação foi repassada nessa quinta-feira, em Brasília, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, ao prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer. O anúncio irá ocorrer durante a inauguração de parque eólico, em Santa Vitória do Palmar, onde a presidente também receberá uma carta assinada pelos 20 prefeitos da Zona Sul, com pedidos de apoio à indústria naval.
Lindenmeyer afirma que o governo e as empresas executoras das plataformas “têm disposição” para negociar e fechar valores que viabilizem os projetos, atualmente, as empreiteiras reivindicam revisão dos contratos. “Existem várias pessoas defendendo a pauta da indústria naval. Entre as duas que eu posso destacar, sou eu e a presidente Dilma, que foi decisiva para implantação do polo”, enfatizou. Antes de Brasília, o prefeito esteve no Rio de Janeiro para se encontrar com as diretorias da Ecovix e do consórcio QGI Brasil (ex-Quip), formado pela Queiroz Galvão e Iesa.
A negociação entre a Petrobras e a QGI deve viabilizar a montagem de duas plataformas, a P-75 e a P-77. Atualmente, a QGI está com o estaleiro fechado em Rio Grande, já que encerrou a montagem do último módulo há mais de um ano. “Eu acredito muito na nossa indústria naval. Hoje, no Brasil, mais de 15% do petróleo é extraído graças às três plataformas que saíram de Rio Grande”, diz. Se a Petrobras e a QGI não entrarem em acordo para renovação dos contratos, deixarão de ser criados cerca de 5 mil empregos na cidade. Já a Ecovix permanece com trabalhos em seu estaleiro, mas em ritmo muito lento.
A atual crise da Petrobras, alvo de denúncias de corrupção envolvendo empreiteiras, provoca incertezas na concretização dos projetos de construção naval. Em Charqueadas, a Iesa fechou em novembro do ano passado. Após o rompimento de contrato, pela Petrobras, mil funcionários foram demitidos.