O financiamento de R$ 1,8 bilhão aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a LLX Açu Operações Portuárias, subsidiária da Prumo Logística Global, não vai alterar o endividamento da companhia, em um primeiro momento. No terceiro trimestre do ano passado, a dívida total da Prumo, antiga LLX, agora controlada pela EIG, situava-se em R$ 2 bilhões.
Parte do R$ 1,8 bilhão aprovado pelo BNDES, e que será concedido na forma de empréstimo-ponte, será usado pela Prumo para rolar dívida de R$ 813 milhões que a empresa tem com o Bradesco. É, portanto, um passivo que já estava considerado no balanço da companhia. O empréstimo do BNDES é válido por três anos, até 2016.
O BNDES informou que o empréstimo-ponte será destinado a um conjunto de investimentos no complexo portuário do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. A LLX Açu Operações Portuárias é a responsável pela construção do porto. A empresa tem outro empréstimo-ponte de R$ 518 milhões com o BNDES que foi renovado em 2013 e vence também em 2016. O empréstimo-ponte permite à empresa efetuar investimentos no projeto enquanto o BNDES analisa a estruturação de financiamento de longo prazo.
O endividamento da Prumo só deve aumentar quando a empresa sacar R$ 900 milhões de empréstimos garantidos pelos bancos Bradesco e Santander. Esse sim é um dinheiro novo que terá o BNDES como provedor do “funding”. Na operação, com recursos do BNDES, Santander e Bradesco vão correr o risco de crédito da Prumo. A Prumo informou que o financiamento de R$ 1,8 bilhão aprovado pelo BNDES e pelo conselho de administração da companhia está sujeito à apresentação de fianças bancárias por Bradesco e Santander.
O Valor apurou que, para a Prumo, a aprovação do empréstimo do BNDES representa a operacionalização de uma rolagem de dívida que já havia sido anunciada em outubro de 2013. Na ocasião, a empresa disse que iria estender empréstimos de curto prazo.
A aprovação do empréstimo-ponte pelo BNDES significa, portanto, uma operação nova para alongar parte de uma dívida existente. E também vai servir como fonte de recursos para um crédito que ainda vai ser contratado com bancos privados. “Não há mudança de risco de crédito [para a Prumo]”, disse uma fonte.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio