LONDRES – A petroleira Shell anunciou na manhã desta quarta-feira, 8, a compra da britânica BG em um negócio que soma cerca de 47 bilhões de libras – aproximadamente US$ 69 bilhões. A operação envolve o pagamento em dinheiro e entrega de ações da companhia anglo-holandesa aos acionistas da BG. A compra, que depende da aprovação das autoridades, foi aprovada pelo conselho de administração das duas petroleiras europeias.
De acordo com comunicado divulgado antes da abertura dos mercados europeus, a Shell pagará 383 centavos de libra em dinheiro e entregará 0,4454 ação da empresa anglo-holandesa por cada papel da BG. Segundo a Shell, o preço final acertado pelas duas partes oferece aos acionistas da companhia britânica prêmio de aproximadamente 52% sobre o preço médio ponderado pelo volume de negócios nos últimos 90 dias.
A união das duas empresas é avaliada como o maior negócio entre empresas do setor de energia e gás da década e criará um novo gigante mundial do setor.
Atuais acionistas da BG serão donos de cerca de 19% da nova empresa formada pelas duas companhias. Ou seja, acionistas da Shell continuarão dominando a empresa.
Competitividade
O Brasil e a Austrália tiveram papel de destaque no negócio que criou a nova gigante do setor de petróleo e gás. Entre os motivos declarados que levaram a anglo-holandesa Shell a fazer uma oferta pela BG, estão os campos de exploração marítima da petroleira britânica em águas profundas no Brasil.
No comunicado enviado aos investidores, há um trecho com “antecedentes e razões para a recomendação” de compra da britânica. “A produção da BG é atualmente fornecida por uma base de ativos em dez países e projetos-chave para o crescimento no Brasil e na Austrália”, cita o texto.
“O início do projeto de gás natural em Queensland (na Austrália) e a introdução continuada de novas plataformas no Brasil foram sucessos operacionais notáveis”, ressalta a Shell. Além do elogio à operação nos dois países, a anglo-holandesa avalia que a BG “está bem posicionada para gerir a crise dos preços do petróleo, uma vez que está chegando ao fim de um ciclo de aumento de despesas de capital e continuará aumentando a produção em 2015 no Brasil e Austrália”.
A Shell argumenta que a compra vai “acelerar o crescimento estratégico em gás natural e águas profundas”. “A combinação aumentará as reservas comprovadas de petróleo e gás em 25% e a produção em 20% na comparação com 2014 e fornecerá à Shell uma melhor posição competitiva em novos projetos de petróleo e gás, particularmente em gás natural na Austrália e em águas profundas no Brasil”, diz o comunicado da companhia.