A Swire Pacific Offshore (SPO) cancelou os contratos para construção de quatro embarcações de apoio offshore com o Estaleiro Ilha (Eisa), no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada após meses de negociações solicitadas pelo estaleiro, que se sucederam a uma notificação de cancelamento emitida pela empresa cingapuriana em agosto do ano passado.
Em nota, a SPO informou que não era mais possível crer que os navios, modelo PSV 5000, seriam entregues em um prazo razoável. Segundo a empresa, o acordo, fechado em 2011, previa a entrega do primeiro navio em 2014 e dos demais com intervalos de três meses entre a entrega de cada uma das embarcações. Até hoje, porém, nenhum deles ficou pronto.
“Esta é a primeira vez que a SPO cancela a encomenda de um navio, e esperamos que fique bem claro que fizemos de tudo para não tomar essa decisão. Seguimos comprometidos com o mercado brasileiro, que é parte importante de nossos planos de longo prazo”, afirma em nota o Managing Director da SPO, Neil Glenn.
Em meio a uma crise financeira que se arrasta há anos, o Eisa vem sofrendo sucessivas baixas em sua carteira, que chegou a ter quase 30 navios. Primeiro, foram os petroleiros da PDVSA, cancelados pela estatal venezuelana. No início deste ano, foi a vez da Brasil Supply cancelar a construção de dois PSVs 3000 contratados pela Petrobras por meio do Prorefam.
O cenário pode ser ainda pior, já que outros dois armadores, a Safe Supply e a Astromarítima, que construiriam, respectivamente, quatro OSRVs e dois PSVs no estaleiro, tiveram seus contratos de afretamento com a Petrobras cancelados. O prazo de entrega dessas embarcações expirava entre 2013 e janeiro deste ano.
Considerando-se esses possíveis desfalques, o Eisa tem hoje encomendas para construir cinco cascos para a Marinha do Brasil; dois PSVs 4500 para a Brasil Supply; e dois bauxiteiros para a Log-In.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com o Eisa para comentar o assunto. Também não foi possível localizar a Astromarítima e a Safe Supply, que até o momento, não anunciaram se manterão as encomendas no estaleiro.