A Petrobras recorrerá ao mercado internacional para alugar sondas, caso perceba a possibilidade de atrasos nas unidades encomendados à Sete Brasil, devido à crise na fornecedora. É o que disse a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, nesta sexta-feira, quando a empresa divulgou os resultados do primeiro trimestre.
A executiva explicou que, uma vez identificado o risco, a empresa vai buscar as sondas no exterior, de forma a evitar impacto à previsão de aumentar a produção. A Petrobras pretende dobrar a extração de óleo no país, de 2,1 milhões de barris para 4,2 milhões de barris por dia até 2020.
“[Em relação ao risco no crescimento da produção] Esse impacto é totalmente mitigado quando temos acesso a este mesmo recurso no mercado internacional. Então, à medida que se apura e se verifica que há alguns atrasos, ele será imediatamente e antecipadamente tratado através desse acesso muito competitivo que temos ao mercado de sondas”, disse a diretora.
A Sete Brasil foi criada em 2010 para cuidar da encomenda de 29 sondas de perfuração de poços para produção de petróleo no pré-sal. Com 12 sócios, entre eles fundos de pensão e bancos, tinha como missão contratar a construção de tais equipamentos e alugá-los para a Petrobras.
A empresa, no entanto, enfrenta dificuldades financeiras, com o vencimento de R$ 12 bilhões em dívidas, aprofundada pela decisão do BNDES de não mais repassar R$ 9 bilhões, como inicialmente combinado.
Nesta semana, a Sete aprovou junto a credores um plano de reestruturação, que prevê aumento do prazo de aluguel das sondas à Petrobras, de 15 para 25 anos, e a criação de uma subsidiária que vai operar as unidades, com participação de um sócio. O número será reduzido para 16.