A Petrobras impôs novas condições ao plano de reestruturação da Sete Brasil, sua principal parceira na exploração do pré-sal. Dona das sondas de perfuração dos poços de petróleo, a Sete aluga esses equipamentos à Petrobras, que também é sócia no negócio.
Segundo apurou a Folha, nesta quinta (28), a estatal disse que não estenderá o prazo dos contratos de afretamento de 15 para 25 anos, como queriam sócios e credores.
A Petrobras também não concordou que a Sete passe a operar diretamente os equipamentos. Hoje, ela é dona das sondas, pilotadas por empresas especializadas.
Esses operadores são também sócios nas sondas. Entre eles estão empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. A Sete acredita que, sem eles, seria mais fácil obter crédito na praça. Agora, a estatal e a Sete terão de combinar entre si quais operadores poderão continuar no negócio.
Em contrapartida, a Petrobras aceitou pagar o aluguel previamente acertado. Na semana passada, ela questionou a Sete, pois os valores são mais altos que a média global. Isso gerou incertezas sobre o comprometimento da estatal com o projeto da Sete, que prevê custo maior para estimular a indústria nacional.
Em dificuldades, a empresa enviara um plano de reestruturação aos credores para evitar a execução de garantias referentes a empréstimos de R$ 12 bilhões com bancos. O prazo vence em julho. Esses financiamentos foram feitos enquanto o dinheiro prometido pelo BNDES não saía. No final, o banco só aceitou liberá-los por meio de bancos que já são credores.
Execução
O posicionamento da Petrobras evitou também um novo problema à Sete. A Folha apurou que, no início desta semana, o banco Standard Chartered, um dos credores, executou –e recebeu– suas garantias no empréstimo.
O banco estava entre os que deram mais prazo à Sete e recebeu 60% dos US$ 150 milhões a que tinha direito. Nos bastidores, os sócios temiam uma reação em cadeia.
A Petrobras não quis comentar. A Sete disse que o plano está em fase de elaboração e que o objetivo é “fortalecer e equacionar a estrutura de capital da companhia”.