Não se sabe, ainda, qual será o tamanho da reestruturação e quantas vagas terceirizadas serão cortadas. Outra fonte, porém, afirma que já está havendo cortes de terceirizados na empresa. O certo é que o processo vai contemplar diversas áreas da companhia, entre elas a de comunicação interna.
Outra mudança que pode ser implementada é a redução do número de diretorias, atualmente de sete. Procurada, a Petrobras não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.
O programa de reestruturação está sendo feito na esteira do Plano de Negócios 2015-2019, que deverá ter redução de investimentos, de 20% a 30%, em relação ao plano anterior, cujo orçamento era de R$ 208 bilhões, segundo especialistas. Também é esperada uma redução da meta de produção de petróleo da companhia para cerca de 3 milhões de barris diários em 2020, contra a previsão anterior de 4,2 milhões de barris diários.
A Petrobras está colocando em prática um amplo programa de reestruturação, que deve ser realizado nos próximos dois meses, apurou o Valor com três fontes diferentes sobre o assunto. A estratégia consiste em enxugar custos, reduzir o número de cargos terceirizados e tornar os processos internos mais produtivos.
Conforme antecipado ontem pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, a expectativa é que seja divulgado em julho um documento interno tratando sobre a reestruturação e detalhando o processo em cada área da empresa. Entre os detalhes, estará o total de contratos que não serão renovados.
No setor de comunicação, foi onde ocorreram as primeiras mudanças após Aldemir Bendine ter assumido a presidência da petroleira. Em março, Wilson Santarosa, ligado ao ex-presidente Lula, deixou a gerência-executiva de Comunicação Institucional, que passou a ser ocupada por Luis Fernando Nery, ex-gerente de Responsabilidade Social da companhia.
Em maio, porém, a estatal havia informado que “um novo modelo de gestão vem sendo avaliado, com foco no aprimoramento da gestão financeira e do modelo de decisões, investindo na sinergia entre as diretorias e em uma maior agilidade para os processos em geral”. A empresa havia afirmado ainda que “está revendo uma série de procedimentos internos, de modo a promover decisões colegiadas com maior segurança para a empresa”.
Petrobras define plano de reestruturação
Segundo uma fonte ligada ao comando da estatal, o esboço do esperado plano 2015-2019 deverá ser discutido pelo conselho de administração da companhia na próxima reunião, marcada para o dia 26. Ela, porém, acrescentou que o documento pode não ser aprovado no mesmo dia.
“Dificilmente o plano será aprovado na reunião [do dia 26]”, disse a fonte. Segundo ela, é provável que os conselheiros peçam o detalhamento ou a revisão de alguns pontos do plano. “E está sinalizado que não há tanta pressa para isso [aprovar o plano]”, completou.
Os últimos detalhes do plano ainda estão sendo tratados no âmbito da diretoria da petroleira. O conselho de administração da empresa ainda não teve contato oficial com o documento.
Na semana passada, após notícias de que o diretor de Gás e Energia da companhia, Hugo Repsold, considerava “muito difícil” a aprovação do plano ainda em junho, a Petrobras informou que não há data definida para a publicação do documento.
Sobre o programa de venda de ativos, pelo qual a estatal espera levantar US$ 13,7 bilhões, ainda não há nenhuma decisão sobre novos ativos à venda, explicou uma fonte ao Valor. (Colaborou Cláudia Schüffner)