O tempo de entrega de embarcações de apoio no Brasil segue muito além da média internacional. Um levantamento feito pela Brasil Energia Petróleo mostra que os três modelos de navios contratados no Prorefam – PSV, OSRV e AHTS – levaram, em média, 38, 41 e 35 meses, respectivamente, para ser entregues desde o momento de sua contratação. São médias que superam em até 128% as registradas no exterior, onde esses mesmos navios são entregues entre 18 e 22 meses, em média, segundo a shipbroker Westshore.
A média do Prorefam é, inclusive, superior ao tempo médio nacional de construção dessas embarcações, que varia entre 24 e 33 meses (entre 6% e 71% menos tempo que no programa da Petrobras). Segundo especialistas, a diferença pode ser explicada por eventuais problemas na fase de contratação (com os estaleiros) e construção das embarcações, passando por questões como qualificação de mão de obra, conteúdo local e dificuldades para obter financiamento. As referências internacional e nacional usadas levam em conta o tempo de entrega sem paralisações.
No Prorefam, a Petrobras chegou a cancelar contratos com empresas como a Galáxia Marítima, Astromarítima e Safe Supply, devido ao atraso na construção das embarcações afretadas. Esses casos não foram, porém, considerados no levantamento, que se baseou em 38 navios contratados entre a 1ª e 3ª rodadas do programa e já entregues, sendo 16 com atraso.
Entre as empresas que, segundo a Petrobras, entregaram embarcações após o prazo estabelecido, apenas a Starnav e a Bram Offshore negaram ter atrasado a operação de quaisquer embarcações do Prorefam. As armadoras afirmam ter feito todas as entregas antecipadamente. Já a Brasil Supply informou que espera ter todos os quatro navios operando entre o fim deste ano e 2017.
A CBO, por sua vez, informa que os quatro PSVs do estaleiro Aliança foram entregues e estão operando com sucesso. “Eventuais pequenos atrasos nas entregas de qualquer navio são perfeitamente aceitáveis e não devem ser confundidos com navios cuja construção nem sequer foi iniciada”.
A Brasil Energia Petróleo também procurou o ETP e o Eisa para comentar os problemas na construção dos navios da Consub, mas não conseguiu encontrar nenhum representante dos estaleiros até o fechamento da matéria.