A joint-venture Odebrecht Óleo & Gás-Teekay recebe, em setembro cerca de US$ 120 milhões da primeira parcela liberada do empréstimo de longo prazo para a obra de conversão do FPSO do TLD de Libra, em conversão no estaleiro Jurong, em Singapura. O financiamento, no valor total de US$ 803,7 milhões, foi assinado na última sexta-feira (31/7) e prevê a liberação mensal de recursos, de acordo com o andamento da obra.
Estruturado na modalidade de Project Finance, o empréstimo foi firmado com um pool de sete bancos estrangeiros e tem prazo de dez anos. O acordo de compromisso com os bancos foi firmado em outubro e, desde então vem sendo feito todo o apuramento detalhado do projeto.
De acordo Rogério Ibrahim, diretor Financeiro da Odebrecht Óleo & Gás, apesar da situação macroeconômica e dos problemas enfrentados pela Odebrecht, sobretudo após a prisão de Marcelo Odebrecht, principal executivo do grupo, as condições pré-estabelecidas no contrato foram mantidas. “O episódio da prisão do Marcelo Odebrecht trouxe, por parte dos bancos, uma demanda de informações adicionais e nós prestamos todas as informações que nos foram demandas”, informa o executivo.
O capex total da obra de conversão do FPSO será de cerca de US$ 1 bilhão, dos quais 20% serão financiados com equity e 80% com capital de terceiros. De acordo com as regras do financiamento de longo prazo, o início da amortização começará a ser feito a partir do primeiro trimestre de 2017.
Para Rogério Ibrahim, a formalização do financiamento representa uma grande vitória para o grupo. “Apesar de toda a mudança de cenário, ficou claro que o mercado bancário acredita na nossa performance e fechamos o financiamento”, ressalta o executivo.
Além do empréstimo de longo prazo, o grupo Odebrecht-Teekay assegurou, anteriormente, um empréstimo-ponte no valor total de US$ 200 milhões, dos quais US$ 174 milhões foram liberados.
Capacitado para produzir 50 mil barris/dia de óleo e podendo estocar até 650 mil barris, o FPSO ficará responsável pelo primeiro teste de longa duração da área, localizada na Bacia de Santos e regida sob o modelo de Partilha. Como o FPSO terá que chegar ao Brasil em dezembro de 2016, o mais provável é de que a unidade deixe o estaleiro entre os meses de outubro e novembro. Caso os prazos sejam mantidos, é certo que a Petrobras não conseguirá colocar a unidade em operação em 2016, como prevê seu atual Plano de Negócios.
As obras de conversão do FPSO de Libra foram iniciadas no final do ano passado. No próximo mês de setembro, a embarcação entrará no dique seco do Jurong, onde será finalizada a parte da obra de conversão, prevista para consumir cerca de três a quatro meses.
“A conversão do navio está bastante adiantada e a obra vai entrar em um novo ritmo, no momento de fechar a conversão final, no dique seco. Em princípio, queremos fazer uma única docagem”, avalia Jorge Mitidieri, vice-presidente executivo da Odebrecht Óleo & Gás.
De acordo com o cronograma da OOG, a partir do começo de 2016 será iniciada a etapa de integração dos módulos, prevista para se estender até o final do primeiro semestre. Todos os grandes equipamentos já foram adquiridos pelo grupo Odebrecht Óleo & Gás/Teekay. Resta comprar apenas alguns materiais de tubulação, estrutura, elétrico e válvulas, itens fora do caminho crítico do projeto.
A expectativa é de que os módulos vindos de outras locações sejam trazidos para Singapura até o primeiro semestre do próximo ano. As operações hoock-up e comissionamento estão programadas para ocorrer no início do segundo semestre.