A Aliança Navegação e Logística está entrando no negócio de rebocagem, serviço que auxilia a atracação e desatracação de navios nos portos. A empresa acabou de encomendar três rebocadores ao estaleiro Detroit, em Itajaí (SC), por R$ 90 milhões.
As embarcações serão entregues durante o ano de 2017 e o contrato prevê a opção de construção de um quarto rebocador.
Ainda não está definido o porto em que os rebocadores serão empregados. Eles serão de última geração. Terão propulsão azimutal, comprimento de 32 metros e 70 toneladas de tração estática. Poderão empurrar os maiores navios em atividade no Brasil.
Líder no Brasil no transporte marítimo doméstico (cabotagem) de contêineres, a Aliança movimentou 673 mil Teus (contêiner de 20 pés) na cabotagem em 2014, com um faturamento de R$ 3,3 bilhões.
A decisão de investir na rebocagem está ligada às mudanças na navegação mundial, com a construção de navios cada vez maiores e que já estão chegando ao Brasil. Essas embarcações exigirão rebocadores mais potentes para garantir a segurança nas manobras.
“Não vamos atender exclusivamente nossos próprios navios, vamos atender o mercado. É um produto competitivo”, afirma Julian Thomas, diretor-superintendente no Brasil da Aliança e da Hamburg Süd, ambos armadores de contêineres do grupo alemão Oetker.
A Aliança terá um departamento dedicado ao novo serviço. “Temos um monte de sinergias, não precisamos criar outra estrutura”, disse o executivo. O contrato com o estaleiro foi assinado no fim de setembro. O investimento será custeado 100% com recursos advindos da conta vinculada do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que é gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma segunda fase do projeto contempla a construção de mais rebocadores, mas sua efetivação dependerá da aprovação de liberação de mais recursos.
“Se o negócio cumprir nossas expectativas, vamos continuar investindo. O momento pode estar ruim, mas nós acreditamos no Brasil e por isso vamos continuar investindo também em outras frentes”, disse Thomas, sem, contudo, indicar quais. Além da navegação, o grupo tem participação em um terminal portuário para movimentação de contêineres, o porto Itapoá (SC).
Durante pelo menos cinco anos a Aliança tentou construir navios no Brasil, mas os estaleiros estavam lotados de encomendas do mercado offshore e não conseguiam atender a demanda para fabricar os porta-contêineres do grupo, que, por isso, recorreu a estaleiros chineses.
O executivo explica que com o aumento de disponibilidade de espaço nos estaleiros nacionais, a partir do início deste ano, foi retomado o projeto de construir os equipamentos no Brasil