A redução do número de empregos nos estaleiros se acentuou no segundo semestre de 2015. Em setembro, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada era de 62.048, uma redução superior a 20.000, se compararmos a dezembro de 2014, quando o setor empregava 82.472 pessoas. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), que apura perda de 12.810 empregos desde janeiro de 2015.
A diminuição do contingente foi puxada pela região Sudeste, que registra perda de 11.000 empregos nos últimos nove meses. As regiões Norte e Nordeste registram perdas de aproximadamente 1.000 empregos cada. Na região Sul, os empregos apresentam estabilidade no período, segundo o Sinaval.
O momento atual freou um longo processo de contratações, que saltou de 14.400, em 2005, para 82.400 em 2014, conforme dados do sindicato. Em junho deste ano, esse número já havia caído para 68 mil empregos. As incertezas em relação aos investimentos da Petrobras, as dificuldades financeiras dos estaleiros e a crise econômica e política brasileira fazem com que os sindicatos temam novas demissões em massa até o final de 2015. A crise atinge estaleiros com extensa carteira de encomendas em todo o país. Somente no estaleiro Eisa Petro Um, em Niterói (RJ), 3.500 trabalhadores foram dispensados há mais de três meses.