Uma parceria entre os estaleiros Mac Laren e VARD tenta viabilizar a manutenção das atividades na unidade da Ilha da Conceição, em Niterói (RJ). As duas empresas visam conquistar contratos de construção de sistemas submarinos e módulos para FPSOs.
O arrendamento do Mac Laren pelo Vard vence no final de 2016, caso não consiga novos contratos o VARD corre o risco de paralisar as atividades no Rio de Janeiro.
Pela estratégia, o grupo Mac Laren contribuirá com mão de obra qualificada e área disponível, enquanto o VARD entrará com experiência e conhecimento tecnológico.
A administração da sociedade de propósito específico (SPE) está baseada no estaleiro da Mac Laren na Ilha da Conceição. As empresas também têm à disposição a outra unidade industrial do grupo Mac Laren — Ponta da Areia, também em Niterói.
Com o estaleiro VARD Promar (PE), a SPE terá condições de ampliar a capacidade de construção de módulos, além de acomodar cascos de FPSOs para obras de integração. “Sempre o que ditou o tamanho da empresa foi o apetite do mercado”, afirma o presidente do VARD, Miro Arantes. Ele conta que o foco da empresa sempre foi o mercado offshore e que, com a retração do setor, o VARD vislumbrou a oportunidade na construção de módulos.
O VARD possui duas embarcações em construção na unidade de Niterói — um AHTS e um gaseiro — e espera finalizá-las até maio de 2016. Por enquanto, as concorrências dos campos de Sépia e Libra são a principal esperança de novos contratos em 2016. A expectativa é que os primeiros cortes de chapas de aço para esses projetos ocorram a partir de 2017.
A administração da SPE vem conversando com empresas afretadoras para oferecer a capacidade local para construir módulos no Brasil. Um potencial cliente para a construção de módulos dos futuros FPSOs a serem ofertados à Petrobras em regime de afretamento é a Modec. “Tivemos boa receptividade. A Modec, particularmente, tem interesse de cumprir as determinações de conteúdo local”, conta o diretor executivo da Mac Laren, Ivo Dworschak.
Ele afirma que os estaleiros nacionais estão empenhados em atrair a construção dos módulos no Brasil porque a própria Petrobras já confirmou que a tendência nos próximos anos é afretar FPSOs. Ele defende que o governo tenha um plano de longo prazo para indústria naval. “A indústria naval está sendo sucateada numa velocidade maior que a reação em Brasília”, avalia.