A Shell espera dobrar a produção em águas profundas no Brasil e no Golfo do México até 2020, ano em que a produção nas áreas chegará a 900 mil boe/dia. A companhia anglo-holandesa informou durante o Capital Markets Day, que ocorreu nesta terça-feira (7/6), que investirá US$ 8 bilhões em projetos de águas profundas este ano, mas que em 2017 e 2018 o valor deve ficar entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões.
“Nossa prioridade de crescimento é nos ativos de Químicos e Águas Profundas. Estamos investindo apenas nos projetos intrinsecamente vantajosos e que apresentam fundamentos melhores que os de nossos concorrentes nestes setores e, no caso das águas profundas, isso está ligado à geologia vantajosa de locais como o Brasil e o Golfo do México”, afirmou Ben van Beurden, CEO da Shell.
Até 2019, a companhia terá 15 FPSOs em operação em águas profundas no Brasil. O diretor de Upstream da Shell, Andy Brown, citou novamente o crescimento da produção planejado para o pré-sal como sendo um dos principais motivos para a compra da BG e informou que o desempenho nos poços na nova fronteira já está superando as expectativas da companhia.
As boas taxas de produção contribuíram para que os projetos no pré-sal atualmente em construção chegassem a um break even abaixo de US$ 40. “Estamos continuamente reduzindo o break even dos projetos de águas profundas em desenvolvimento, tanto os que já estão em execução quanto os que ainda estão em fase de aprovação”, explicou Brown.
As sinergias entre os negócios da Shell e da BG podem chegar a US$ 4,5 bilhões até 2018. Até então, a companhia havia anunciado que a sincronização dos negócios causaria economias de US$ 3,5 bilhões, mas o valor já deve ser ultrapassado em 2017.
Com a integração entre as empresas, a Shell informou que reduzirá os investimentos em exploração, que devem cair dos US$ 5,5 bilhões investidos por ambas as empresas em 2015 para US$ 2,5 bilhões em 2016 — valor que será mantido pelo menos até 2018.
Ao todo, os investimentos globais da companhia em 2016 devem chegar a um máximo de US$ 29 bilhões, diminuição em relação aos US$ 33 bilhões anunciados anteriormente. A previsão é que entre 2017 e 2020 o valor fique entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões.
“Ao reduzir investimentos até 2020, focando em projetos atraentes, reduzindo os custos e vendendo ativos que não são fundamentais, podemos reformar a Shell como uma companhia mais focada e mais resiliente, com melhores retornos e um maior fluxo de caixa”, afirmou van Beurden.
Ao todo, a venda de ativos de E&P da Shell corresponde a 10% da atual produção da companhia. A previsão é que a empresa encerre as atividades em pelo menos cinco países, mas esse número pode chegar a dez. Os desinvestimentos devem somar US$ 30 bilhões entre 2016 e 2018, dos quais pelo menos US$ 6 bilhões devem ser realizados este ano.