Londres – Há mais milionários do que nunca no mundo. O dinamismo dos mercados de ações, a estabilidade das economias industrializadas da Europa e dos Estados Unidos e a política monetária apoiadora dos bancos centrais levaram a riqueza privada global para um recorde de US$ 152 trilhões.
O número total de famílias milionárias alcançou 16,3 milhões em 2013, uma forte alta em comparação aos 13,7 milhões em 2012, de acordo com o Boston Consulting Group, consultoria responsável pelo levantamento.
A riqueza privada global cresceu 14,6% no ano passado, perante os US$ 132,7 trilhões apurados em 2012.
Desde a crise financeira de 2008, a riqueza privada mundial cresceu 65%, ou US$ 60 trilhões, acompanhando a recuperação de mercados e economias industrializadas quanto à instabilidade que foi desencadeada a partir da quebra do banco Lehman Brothers e dos temores de que o sistema bancário mundial estaria em colapso. O número de famílias milionárias no mundo representa 1,1% do total, acima do 0,7% registrado em 2007.
Os EUA tinham em 2013 o maior número de famílias milionárias (7,1 milhões), bem como o maior número de novos milionários (1,1 milhão). A maior densidade de famílias milionárias se encontrava no Qatar (175 de cada mil domicílios), seguido pela Suíça (127) e Cingapura (100).
A solidez dos mercados de ações impulsionou as economias industrializadas, que têm uma grande base de ativos já existentes, permitindo-lhes alcançar o rápido crescimento dos ativos nas economias emergentes, que dependem mais da criação de riqueza que seria estimulada pelo crescimento econômico e por altas taxas de poupança.
Por exemplo, a riqueza privada cresceu dois dígitos nos EUA e na Austrália, enquanto alguns mercados emergentes, como o Brasil, tiveram um crescimento muito mais fraco. A China reforçou a sua posição como a segunda nação mais rica, depois dos EUA. Todos os grandes índices de ações subiram em 2013, em meio à relativa estabilidade econômica na Europa e nos EUA e aos sinais de recuperação nas economias mais duramente atingidas pela crise da zona do euro, como a Irlanda, Espanha e Portugal.
Apesar da redução gradual do excesso de liquidez nos Estados Unidos, a política monetária dos bancos centrais foi apoiadora no geral, o que também impulsionou a riqueza privada.
A riqueza privada nos EUA ficou em US$ 46 trilhões em 2013, o dobro da China, com US$ 22 trilhões. O Japão ficou em terceiro lugar com US$ 15 trilhões, seguido por Reino Unido, com US$ 8 trilhões, e Alemanha, com US$ 7 trilhões.
As projeções para 2018 mostram que a China deve ter a maior expansão da riqueza privada. Segundo o Boston Consulting Group, a riqueza privada chinesa crescerá 84% até 2018, para US$ 40 trilhões. Ainda assim, permanecerá em segundo lugar, atrás dos EUA, onde a riqueza privada deverá aumentar 17% no intervalo, para US$ 54 trilhões.