A estimativa de demanda de perfuração offshore para 2017, combinadas com os ganhos de produtividade na construção de poços marítimos, indica que a demanda por sondas no ano tende a ser menor do que a frota contratada no país. A previsão, de acordo com dados da ANP, é que em Campos e Santos sejam feitos 71 novos poços, a grande maioria de desenvolvimento.
Considerando a demanda prevista por poços de desenvolvimento e os tempos médios de perfuração praticados nos poços concluídos em 2016, a Petrobras terá demanda de oito a nove sondas na Bacia de Santos este ano, em linha com o que foi utilizado ano passado.
Não há previsão de demanda por poço de desenvolvimento de outras operadoras, pois a Petrobras opera todos os campos de Santos, com exceção de Atlanta, da QGEP, que já conta com os poços do projeto-piloto de produção perfurados.
Na exploração, uma novidade será a retomada da operação da Karoon, que dará continuidade à delimitação das descobertas na parte Sul da Bacia de Santos e contratou a Olinda Star, da Queiroz Galvão, para a campanha.
Petrobras, por sua vez, tem dois contratos junto com seus sócios em Libra para West Tellus e West Carina, ambas da Seadrill.
Cinco poços exploratórios devem ser perfurados na Bacia de Santos, campanhas que serão distribuídas por Karoon, Petrobras e Statoil. A norueguesa tem compromisso de perfurar no BM-S-8, prospecto de Carcará, mas neste caso a expectativa é que seja utilizada a mesma sonda da campanha programada para a Bacia do Espírito Santo. Com isso, a atividade em Santos deve demandar entre 11 e 12 sondas em 2017.
Em Campos, a realidade é parecida. Há uma previsão de 32 poços, 29 deles de desenvolvimento. Considerando o tempo médio de perfuração registrado em 2016, devem ser necessárias de seis a oito sondas, a depender das sinergias entre os projetos. Cabe lembrar que perfurações em Peregrino, da Statoil, e Polvo, da PetroRio, utilizam plataformas instaladas nos ativos (WHPs).
No Espírito Santo, por sua vez, não foram feitos novos poços offshore em 2016, mas os projetos confirmados são o início da campanha da Statoil e da Petrobras nos blocos da 11° rodada. A Statoil tem compromisso de quatro poços na região e Petrobras, de seis, não significando que todos serão concluídos este ano. Há, inclusive, a possibilidade de deslocamento de sonda no portfólio da Petrobras para a região.
O mercado de perfuração da Margem Equatorial, na região Norte, será oficialmente aberto este ano, com o início da campanha da Total, que busca uma unidade no mercado. A BP chegou a consultar o mercado sobre a contratação de construção de poços na região, mas ainda não há negociações em fase avançada que garantam a presença de uma segunda sonda na região este ano.
Chama a atenção, a partir das projeções, para a reabertura do mercado de exploração pioneira e em novas fronteiras, o que não ocorreu em 2016, além da presença das demandas fora da Petrobras.
A petroleira brasileira, contudo, encerrou o ano com 28 sondas na carteira, indicando que há a possibilidade de mais cortes nos contratos em 2017. Se toda a estimativa de perfuração for confirmada e os índices de produtividades mantidos, a demanda brasileira deve girar em torno de 20 sondas, considerando as contratações das petroleiras estrangeiras.