A Chevron registrou um prejuízo de US$ 431 milhões em 2016, forte queda frente ao lucro de US$ 4,7 bilhões de 2015. A companhia teve receitas de US$ 114,5 bilhões no ano, diminuição de 17% em comparação com o faturamento de US$ 138,5 bilhões do ano anterior.
A empresa atribui a piora no resultado ao baixo preço do barril de petróleo e afirmou que vem trabalhando para responder às dificuldades do mercado.
“Respondemos agressivamente a estas condições, cortando os gastos de capital e de operação em US$ 14 bilhões. Estamos bem posicionados para melhorar os ganhos e alcançar um fluxo de caixa equilibrado em 2017 por meio da redução dos gastos e controle de custos, além de termos expectativa de receita adicional devido ao crescimento da produção”, explicou John Watson, CEO da petroleira.
Ao todo, a Chevron investiu US$ 22,4 bilhões em 2016, diminuição em relação aos investimentos de US$ 34 bilhões de 2015. Apesar disso, a companhia registrou produção de 2,59 milhões de boe/dia no ano, queda de apenas 1% em relação ao ano anterior, pois o aumento da produção vindo de áreas de shale e tight oil e em projetos de capital intensivo compensaram a venda de ativos e o declínio de produção em outros campos.
Atualmente, a Chevron tem apenas um bloco exploratório no Brasil, o CE-M-715, na Bacia do Ceará. A companhia ainda não perfurou na área e recentemente solicitou à ANP a extensão do primeiro período exploratório, que deveria ser encerrado até setembro de 2018. O pedido ainda está em análise na agência.
Além disso, a petroleira também opera o campo de Frade e tem participação em Papa-Terra, ambos na Bacia de Campos. A companhia enfrentou dificuldades nos dois ativos. Em 2011, Frade teve um grande vazamento de óleo e, com o incidente, ficou sem produzir por um ano, entre 2012 e 2013. Posteriormente, partes do reservatório deixaram de ser drenadas e a injeção de água, método de recuperação secundária utilizada no campo, foi interrompida. No final de 2016, o contrato de concessão de Frade foi renovado por mais 15 anos e agora se estenderá até 2041.
No caso de Papa-Terra, a empresa trabalha junto com a Petrobras, operadora da área, em uma solução para aumentar a produção, considerada desapontante pela empresa. A produção no campo é feita por meio da P-61, cuja produção é transferida para a P-63. Atualmente, a P-61 está produzindo com apenas um dos 13 poços previstos no planejamento inicial. No primeiro trimestre de 2016, a área causou um impairment de US$ 2,8 bilhões à Chevron.