O Brasil perdeu espaço no comércio mundial de mercadorias em 2013, conforme dados da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), que levam em conta o conjunto dos maiores países com exportações de US$ 16,7 trilhões no ano passado.
A participação brasileira baixou para cerca de 1,4%, comparado a 1,6% no ano anterior, aponta o levantamento. Nesta segunda-feira a Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciará hoje que o comércio mundial cresceu 2% em 2013, bem menos que projeções iniciais de 3,3%. Já as exportações brasileiras alcançaram US$ 244,2 bilhoes no ano passado, ou 1% a menos que no ano anterior.
Uma modesta queda na fatia brasileira no total das exportações globais pode acabar desaparecendo se a OMC arredondar o resultado e manter-se em torno de 1,3% – ainda abaixo de 1,4% em 2011.
As exportações de economias emergentes têm sofrido nos últimos dois anos, com crescimento médio de 3% comparado a taxas de 20% a 30% antes da crise financeira global. Esse resultado reflete a fraca demanda dos países desenvolvidos. Mas o comércio entre os próprios emergentes sofreu também.
As vendas externas de países produtores de commodities têm sido particularmente atingidas nos últimos meses, no rastro da queda de preços, e a tendência não é mais positiva do que antes, avalia a consultoria Capital Economics, de Londres. “Olhando à frente, pensamos que as exportações de produtores de commodities provavelmente continuarão com baixo desempenho, considerando que a expansão dos investimentos na China vai diminuir ainda mais e que a maior parte dos preços das matérias-primas vai declinar nos próximos anos”, diz a consultoria no mais recente “Emerging Markets Trade Monitor”. Já no caso dos exportadores de manufaturas, a perspectiva é ligeiramente melhor. O resultado liquido será modesto expansão das exportações dos emergentes em geral.