A finlandesa Wärtsilä está atenta aos rumos do setor de óleo e gás no Brasil, com grande expectativa em relação aos FPSOs de Sépia e Libra, e afirma que tem condições de fabricar no País para atender o conteúdo local, se for requisitada. O gerente de vendas de Marine Solutions da empresa, Mário Barbosa, reconhece que o cenário continua complicado, mas destaca que a empresa vem se preparando para focar mais esforços nos fornecimentos para plataformas de produção. “Também estamos preparados para as decisões que sejam tomadas entorno do conteúdo local [para Sépia e Libra], uma vez que temos a opção de oferecer ou não a fabricação aqui no Brasil para alguns dos equipamentos que oferecemos para os FPSOs”, afirma.
– Como a Wärtsilä avalia o cenário do setor de óleo e gás em 2017?
O cenário ainda continua muito desafiador, com poucos novos projetos. A atual situação política e econômica influencia diretamente nisto, aliada com as discussões entorno da política de conteúdo local.
– Quais as principais oportunidades vistas pela empresa no segmento atualmente, no Brasil e no mundo?
No Brasil, as maiores oportunidades são ainda as plataformas de produção: FPSO’s de Libra e Sépia, onde temos possibilidade de fornecer diversos equipamentos e soluções. No mundo, devido à diversidade do portfólio da Wärtsilä, temos boas perspectivas no setor de navios de cruzeiros e também no crescente processo de digitalização do setor marítimo e offshore.
– No fim de 2016, uma das expectativas da Wärtsilä no Brasil eram as licitações dos FPSOs de Sépia e Libra, que foram adiadas recentemente. Como pretendem participar dos projetos? Já formaram parcerias com as empresas que vão concorrer?
Ainda continuam nas nossas expectativas para o Brasil. Estamos trabalhando forte os principais players dessas licitações e dando suporte para que possam trabalhar bem os requisitos impostos pela Petrobrás.
– A crise nacional levou a empresa a fazer mudanças no planejamento relacionado a este segmento no Brasil? Quais?
Temos que nos adaptar às dificuldades e procurar o melhor modelo de negócio para que sejamos sempre competitivos e o melhor parceiro para as empresas do setor. Estamos focando bastante nas plataformas de produção e de suas especificidades, também estamos preparados para as decisões que sejam tomadas entorno do conteúdo local para as mesmas, uma vez que temos a opção de oferecer ou não a fabricação aqui no Brasil para alguns dos equipamentos que oferecemos para os FPSOs.
– No ano passado, a Wärtsilä se juntou a outras grandes empresas para tentar impulsionar o GNL como um combustível a ser mais usado por embarcações marítimas. Como está esse plano?
Continuamos com as ações voltadas a esclarecer mais sobre a tecnologia e sobre o seu uso nos mais diversos segmentos. É importante também começar a fomentar a discussão a respeito da logística do gás para garantir o abastecimento das embarcações.
– Qual a estratégia de atuação da Wärtsilä para a área de óleo e gás daqui para frente, tanto no Brasil quanto no mundo?
A Wärtsilä é um ator importante neste segmento, queremos ressaltar para todas as empresas na cadeia do óleo e gás o nosso desejo de estreitar o relacionamento e navegar junto com eles nestes tempos mais desafiadores.
– Quais as perspectivas e expectativas em relação a 2017?
Esperamos que o mercado volte a crescer e que novos projetos sejam demandados para que os nossos estaleiros aqui no Brasil ganhem novamente força.