Enquanto o governo brasileiro vem sabotando a própria indústria com a quebra do conteúdo local e com a política de Pedro Parente para levar a construção de plataformas a outros países, a Arábia Saudita, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo, acaba de fechar acordos bilionários com os Estados Unidos prevendo aumentar o conteúdo local para 70% no país árabe.
O volume de contratos assinados entre empresas americanas e a petroleira saudita, pautados pelo encontro do presidente Donald Trump com o rei Salman bin Abdalaziz Al Saud, alcançou a cifra de US$ 50 bilhões, com destaque para acordos com a General Electric (US$ 15 bilhões), a Honeywell (US$ 3,6 bilhões), a McDermott (US$ 2,8 bilhões) e a Weatherford (US$ 2 bilhões), entre outras companhias.
A maior parte dos acordos foi fechada dentro do escopo de um programa chamado IKTVA, que pretende aumentar o grau de industrialização da Arábia Saudita, dobrando o conteúdo local nos bens e serviços fornecidos ao setor energético até 2021, para 70%, com o foco na criação de 500 mil novos empregos no período.
O programa foi pensado dentro do planejamento estratégico para 2030 do reino saudita, que busca uma dependência menor da exportação do petróleo, ampliando e fortalecendo a capacidade da indústria do país.
O modelo poderia servir de exemplo para o Brasil repensar a quebra do conteúdo local como está sendo feita, como já foi duramente criticado por diversas associações e entidades de classe nacionais, preocupadas com o futuro das empresas e dos empregos brasileiros num cenário em que se privilegiará a importação de bens e a exportação de petróleo. Como já alertou o presidente da Abimaq, José Velloso, o Brasil corre o risco de “virar uma Venezuela”.