Companhia sai do jejum de mais de um ano sem novos contratos para FPSOs
A SBM Offshore confirmou que vai construir, instalar, afretar e operar o FPSO que atuará na descoberta de Liza, feita pela ExxonMobil em águas profundas na Guiana. A companhia já fez os estudos de FEED da unidade e, com isto, sai de um jejum de quase um ano e meio sem novos contratos no segmento.
O FPSO de Liza está avaliado em US$ 1,2 bilhão e será instalado em lâmina d’água de 1.525 m. A unidade terá capacidade para produzir 120 mil barris/dia e injetar 200 mil barris/dia, além de tratar 4,8 milhões de m³/dia de gás e armazenar 1,6 milhão de barris.
“A descoberta de Liza é uma das maiores da última década. Estamos ansiosos para cooperar com o nosso cliente e parceiros para fazer deste projeto um sucesso. Este contrato reforça o foco da SBM em aumentar nossa experiência, nossos relacionamentos de longo prazo e nossa visão estratégica no mercado de FPSOs”, comentou Bruno Chabas, CEO da companhia.
O último contrato similar fechado pela SBM foi anunciado em janeiro de 2016, quando a Premier contratou o FEED do FPSO para o desenvolvimento de Sea Lion, descoberta nas Ilhas Malvinas. Em 2015, a SBM foi contratada apenas para realizar os estudos preliminares dos sistemas de ancoragem do FLNG do campo de Browse, na Austrália. No ano anterior, a companhia não havia fechado nenhum novo contrato.
Após a queda do preço do barril, a situação da companhia é similar a de uma de suas principais concorrentes, a Modec. De 2014 para cá, a Modec fechou apenas dois contratos de FPSOs, sendo um deles com a Petrobras, o FPSO Campos dos Goytacazes, que será instalado no campo de Tartaruga Verde da Bacia de Campos. O outro é o FPSO do campo de Culzean, da Maersk, no Mar do Norte britânico.
A situação contrasta fortemente com o ano de 2013, quando a Modec fechou contratos para serviços de engenharia e construção de três FPSOs e uma tension leg platform (TLP), mesmo ano em que a SBM ganhou projetos de três novos FPSOs.
Hoje, as companhias brigam pelas novas unidades licitadas pela Petrobras, os FPSOs de Piloto de Libra e Sépia. No caso de Sépia, a Modec apresentou a menor proposta, pelo valor de US$ 720 mil/dia, mas a SBM recorreu à Justiça para tentar garantir a abertura de sua proposta comercial na licitação, já que a companhia está impedida de fechar novos contratos com a Petrobras até a homologação do acordo de leniência com as autoridades brasileiras.
Já a concorrência para Libra ainda está na fase de qualificação técnica e as propostas devem ser abertas este mês. Ambas as unidades terão capacidade para produzir 180 mil b/d de óleo e comprimir 12 milhões de m³/d de gás.