O momento de crise da nossa economia não assustou a fabricante francesa de cilindros hidráulicos Regnier, que entrou no mercado nacional em 2014 e já mira nos próximos passos de expansão. De acordo com o diretor-geral da companhia no Brasil, Jeremy Matioszek, a meta da empresa é aumentar a carteira de clientes e ampliar a presença no Brasil, abrindo unidades em São Paulo e Paraná. Além disso, o executivo também revelou que a Regnier fechou recentemente um contrato com uma empresa estrangeira que atua em FPSOs no Brasil. O setor siderúrgico também está nos planos de expansão da companhia, que ainda tem planos de promover a capacitação de funcionários brasileiros. “Queremos mandar profissionais para fora para se especializarem. Temos plano de treinamento para brasileiros na França, que vão passar dois meses lá em treinamento. Queremos investir mais no Brasil, tanto em maquinário quanto em mão de obra“, afirmou.
Qual é o foco da atuação da empresa?
Nós somos uma empresa de origem francesa que fabrica cilindros hidráulicos para as indústrias offshore, siderúrgica, nuclear, enfim, para todas as indústrias pesadas. No Brasil, o foco é a manutenção corretiva de cilindros hidráulicos. A empresa tem mão de obra nacional e também traz técnicos estrangeiros para as operações. Neste momento, estamos enxutos para otimizar custos e acompanhar o mercado.
Quando a empresa chegou ao Brasil?
Chegamos ao Brasil em 2014 e inicialmente contávamos com um escritório de representação no Rio de Janeiro. No ano passado, decidimos abrir uma planta fabril no Espírito Santo, na Grande Vitória. Tivemos a oportunidade de atender um cliente de fora e demos esse passo para atender na área de pós venda.
Como estão os negócios no mercado brasileiro?
A situação está difícil porque estamos enfrentando uma economia muito retraída. As empresas não querem investir tanto na área de manutenção corretiva. Estão preferindo fazer manutenções mais baratas e com efeitos que durem menos. O nosso trabalho é fazer uma manutenção corretiva de alto nível. Nós viemos com o posicionamento de uma empresa que traz qualidade de 40 anos do mercado, principalmente nas áreas de petróleo e gás e nuclear. A duração da nossa manutenção corretiva é muito maior.
Como a companhia atua dentro do setor de óleo e gás do Brasil?
Nós acabamos de fechar um projeto de empresa estrangeira que atua em FPSOs no Brasil e que está renovando o seu parque hidráulico de levantamento de carga. Também estamos em manutenção de cilindros em PLSVs. Além disso, oito navios que estão no Brasil tem cilindros fabricados por nossa empresa.
Quais são as perspectivas dentro do setor de óleo e gás?
Pelo fato do setor de petróleo e gás ter se retraído um pouco, nós estamos trabalhando mais com siderurgia no momento. Sabemos que o segmento de óleo e gás vai voltar. Já estamos vendo alguns sinais de aquecimento de mercado. Estamos saindo dessa fase de “banho-maria”.
E em que outros setores a Regnier deseja crescer?
Principalmente no siderúrgico. Existe um gap em termos de cilindros hidráulicos, que são muito mal consertados. Vemos que existem muitos erros de concepção. Estamos trabalhando com algumas empresas do mercado para uma mudança de concepção de cilindros, visando dar uma confiabilidade maior. Temos know how fora do Brasil e queremos aplicá-lo no País.
Como andam os negócios dentro do segmento nuclear?
Por enquanto estamos com algumas conversas, mas nada de concreto. É um setor que ainda não focamos.
Como a empresa planeja crescer neste momento de crise?
Atualmente, a Regnier trabalha muito enxuta, com poucos contratos. Prevemos que vamos ter um crescimento de mais ou menos de 2% ao mês ao longo deste ano. Estamos nos preparando para voltar ao mercado. Queremos mandar profissionais para fora para se especializarem. Temos plano de treinamento para brasileiros na França, que vão passar dois meses lá em treinamento. Queremos investir mais no Brasil, tanto em maquinário quanto em mão de obra. Já fizemos um investimento acima de R$ 2 milhões e temos previsão de investir mais R$ 500 mil por ano até 2020.
Quais serão os próximos passos da companhia?
No médio prazo, queremos ampliar nossa carteira de clientes, sempre trabalhando com as maiores dificuldades deles. Queremos investir nestes clientes e trazer mais soluções e tecnologia. Além disso, queremos ainda contratar mais pessoas e ampliar nossas atividades em outros estados. Hoje, estamos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo e visamos entrar em São Paulo e Paraná. Não será uma expansão com uma planta fabril, necessariamente, mas com uma representação comercial. Também visamos ampliar nossa presença na América Latina.