Companhia cancelou contratos no Prorefam para evitar multas por atraso na entrega de embarcações
A Asgaard, subsidiária do grupo MLog, está buscando oportunidades de aquisição de embarcações de apoio marítimo em construção ou recém-fabricadas, mas que, por dificuldades financeiras enfrentadas por seus proprietários ou estaleiros, estejam sem perspectivas de conclusão ou contratação.
Estima-se que haja cerca de 50 barcos nessa situação no país atualmente. Entre os casos conhecidos estão embarcações de empresas como a Astromarítima, Swire Pacific e Brasil Supply, no Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), no Rio de Janeiro.
São PSVs e OSRVs que tiveram sua construção interrompida por falta de recursos dos armadores – a Brasil Supply, por exemplo, está em recuperação judicial – ou em função da crise financeira do Eisa, que também recorreu à Justiça para evitar a falência.
Tanto a Brasil Supply como a Astromarítima tiveram os contratos dessas embarcações cancelados pela Petrobras, que as havia afretado no Prorefam, o programa de renovação e expansão da frota de apoio marítimo da companhia.
Diante da crise da indústria naval e da dificuldade de contratar a construção de barcos a partir do zero no país, a Asgaard optou por cancelar os contratos de dois PSVs encomendados pela petroleira estatal, também no Prorefam.
O objetivo, com isso, foi reduzir a exposição a multas da Petrobras por atraso na entrega – quantias que podem chegar a quase US$ 20 mil por dia – e focar na prospecção de barcos semiprontos em estaleiros para atender aos contratos remanescentes no Prorefam (quatro PSVs da sexta rodada com previsão de entrega entre este ano e 2018).
Esse caminho também foi adotado por armadores como a Galáxia Marítima. Seu único barco entregue no Prorefam, o GNL 1008, foi adquirido quando já estava em construção no Estaleiro Keppel Singmarine, em Navegantes (SC), por encomenda da Guanabara Navegação.
Considerando-se as duas embarcações da Asgaard, chegam a 30 os contratos de embarcações afretadas no programa da Petrobras que foram cancelados ou estão suspensos, ante um total de 121 barcos contratados em sete rodadas de licitação.
Originalmente, a terceira edição do Prorefam previa o afretamento de 146 embarcações de apoio. No entanto, com a redução das atividades de E&P e dos investimentos da Petrobras, a estatal precisou enxugar sua frota nos últimos anos, deixando, inclusive, de lançar uma oitava rodada de contratações no programa.