A Radix deu importantes passos em dois empreendimentos cruciais para a indústria nacional de óleo e gás. A empresa foi contratada para fazer o projeto de desenvolvimento de módulos elétricos e de turbo-máquinas dos FPSOs P-75 e P-77, serviço que foi concluído em 2016. Os módulos foram construídos na China a partir deste detalhamento de engenharia feito pela Radix. E a novidade de agora é que a empresa concluiu a fase de as built dos equipamentos, analisando todas as adaptações feitas durante a construção dos módulos. “A Radix participou da assistência técnica na China, no sentido de auxiliar na documentação. O estaleiro precisava fazer adaptações no projeto e nossa equipe trabalhou lá, em torno de dez meses, para auxiliar neste trabalho“, detalhou o gerente de projetos da Radix, Eduardo Lopes. Além disso, a companhia também terminou o projeto de engenharia de detalhamento visando o Revamp da plataforma de Mexilhão. “A parte de engenharia de detalhamento foi concluída há dois meses. Nós trabalhamos para otimizar o projeto, levando a bordo o máximo de material que independe da parada da plataforma“, acrescentou.
Quais foram os principais desafios deste projeto?
Esse projeto teve duas fases. Começamos a trabalhar em meados de 2014. O consórcio QGI contratou a GE para fazer a parte de módulos elétricos. A Radix fez o planejamento de engenharia desses módulos e deu assistência na construção deles. Eles foram construídos em um estaleiro na China e demos o suporte durante essa etapa.
Nós desenvolvemos o projeto paralelamente à construção dos módulos. Os prazos eram muito curtos. Então, para não haver problema de cronograma, já nas primeiras semanas do projeto, estávamos liberando documentação para as obras, principalmente para a parte estrutural. Como a construção foi na China, tivemos de fazer um estudo e adaptações, para que apontar os tipos de materiais que eram mais fáceis de serem encontrados naquele país.
Em paralelo, nós fomos desenvolvendo o projeto para outras disciplinas, que envolvem elétrica, instrumentação… Todo o módulo é composto de muitos painéis que precisam estar com a temperatura adequada. Precisamos então de um sistema de refrigeração e fazer o cálculo sobre a dissipação térmica e o direcionamento dessas maquinas de ar-condicionado. Então, foi um desafio muito grande, porque tivemos de fazer, em uma fase bem preliminar, a tomada de decisão que permitisse ter uma máquina de refrigeração que conseguisse ser fabricada a tempo, sem comprometer o cronograma. Existe também a questão da escolha dessa máquina. Não poderia ter uma capacidade pequena, o que comprometeria a temperatura, e nem uma capacidade que excedesse as necessidades do módulo, por conta de tamanho e peso. E nós conseguimos superar estes desafios.
E como foi a fase de as built dos módulos?
Ao longo do desenvolvimento, utilizamos uma ferramenta 3D que ajudou muito a não ter retrabalho. Projetamos eliminando interferências. Foi muito importante para superar o desafio dos prazos.
A Radix participou da assistência técnica na China, no sentido de auxiliar na documentação. O estaleiro precisava fazer adaptações no projeto e nossa equipe trabalhou, em torno de dez meses, para auxiliar neste trabalho. Uma pessoa nossa ajudou os chineses na decodificação das informações, para facilitar o entendimento do pessoal da obra.
Sobre o as built, a GE trabalhou fazendo as marcações com o pessoal do estaleiro, para apontar como ficaria o módulo, e nos passou os dados para que nós fizéssemos a atualização da documentação. Esse processo foi concluído no mês passado.
Nós fizemos o projeto de desenvolvimento de dois módulos elétricos e de dois módulos de turbomáquinas para as plataformas P-75 e P-77, sendo um de cada tipo para cada navio.
Qual a importância desse projeto para a Radix e para a indústria brasileira de modo geral?
Para a indústria brasileira é importante porque são módulos da cessão onerosa do pré-sal, em plataformas que são estratégicas para a Petrobrás. Isso colocará a produção brasileira em outro patamar. Para a Radix, foi importante porque foi um projeto grande. Foi um desafio pela dimensão do investimento e pelo planejamento necessário para concluir as etapas da obras. Eram muitas questões que tinham de ser superadas. Em um trabalho conjunto com a Petrobrás, QGI e GE, conseguimos um resultado satisfatório.
Pode destacar alguma característica em especial destes módulos?
Esse especificamente chamou atenção por conta da grande quantidade de cabos. Todos os cabos da plataforma entram nesse módulo elétrico. Nesse sentido, foi de extrema importância usar a ferramenta 3D. Um módulo desse é feito para ser o menor possível. São muitos detalhes para poder ocupar um espaço tão apertado, por isso foi preciso ter muito cuidado.
A Radix hoje está trabalhando em projetos parecidos?
Semelhante a este projeto, temos o Revamp da plataforma de Mexilhão, trabalhando para a intervenção em alguns sistemas da para aumentar a capacidade de escoamento de gás natural desta unidade. A parte de engenharia de detalhamento foi concluída há dois meses. Nós trabalhamos para otimizar o projeto, levando a bordo o máximo de material que independe da parada da plataforma. A janela de parada da plataforma é curta. E seria um prejuízo grande para a Petrobrás ficar por muito sem produzir. Além do Modelo 3D em Mexilhão, nós desenvolvemos vídeos que simulam a parte de construção e montagem. Essa ferramenta serve para facilitar a identificação de dificuldades, atuando no sentido de operacionalizar e otimizar essa parte.