O volume total de carga transportada por via marítima no Brasil de janeiro a setembro de 2017 foi fixado em 800 milhões de toneladas, de acordo com uma pesquisa da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq). Um grande número de navios de longo curso e de cabotagem são necessários para transportar essa tonelagem e muitos desses navios precisarão de reparos de vários tipos. Tendo identificado uma demanda positiva para instalações internacionais de reparo de navios no Atlântico Sul, a McQuilling Services, com sede em Nova York, liderará um projeto para investir quase US$ 1 bilhão em Lucena, na Paraíba, para a instalação do estaleiro Brazil Basin Drydock Company (BBDC).
A McQuilling Services é um grupo de consultoria de transporte marítimo baseado em Nova York.
“As negociações para o projeto BBDC foram iniciadas há mais de cinco anos, o projeto ganhou impulso no final de 2016, quando recebeu uma licença ambiental preliminar e depois que Fundo da Marinha Mercante concedeu prioridade a financiamento”, disse David Saginaw, diretor de projeto da BBDC em Nova York.
A empresa recebeu o nome de Empresa de Docagens Pedra do Ingá (EDPI), em referência a importante sítio arqueológico localizado no estado da Paraíba e mundialmente conhecido. A localização escolhida para a implementação do projeto foi na foz do rio Paraíba e em frente ao Porto de Cabedelo.
“O início da construção do EDPI, está programado para 2019 e deve ser completado dentro de três anos. Em 2021, poderá começar a operar com um sistema Hydro-lift. O ano de 2018 será dedicado ao desenvolvimento de design e engenharia, em seguida virá o processo de construção”, disse Saginaw. O estaleiro de reparo estará localizado dentro do zoneamento do porto do Porto de Cabedelo. Com mais de 660 mil metros quadrados de área total, com duas docas secas e um eficiente sistema de elevação hidroelétrico de design português, poderá atender a qualquer navio da frota mercante global.
As discussões sobre o conceito do novo pátio de reparo começaram em 2010, com financiamento inicial para análise de viabilidade realizada em 2012. Em 2013, a Promon Engenharia juntou-se ao projeto e, em 2015, foi garantido financiamento adicional com a participação de um armador. As operações de reparo de navios devem começar em 2021.
O estaleiro de reparos terá uma área de 83 mil metros quadrados de galpões e oficinas, podendo receber qualquer navio com um calado de nove metros (vazio de carga), embarcações menores como OSVs, embarcações de pesca e 75% dos semi-submersíveis no mercado global. O projeto também conta com a participação de uma equipe de designers de empresas portuguesas com ampla experiência na construção e operação de estaleiros de reparo. Na sua capacidade máxima, poderá receber mais de 120 navios por ano.