Transocean prevê aumento de demanda por unidades de águas ultraprofundas e sondas de torre dupla
A chegada das petroleiras internacionais (IOCs) deve alterar o mercado de sondas no Brasil. A Transocean acredita que o aumento da participação destas companhias no país ajudará a aumentar os preços das taxas diárias, além de criar demanda por novos tipos de ativos, diferentes das unidades geralmente demandadas pela Petrobras.
“A Petrobras já aderiu a determinadas especificações técnicas ao longo dos anos, mas agora há outros players no mercado, que trarão suas próprias preferências. Tradicionalmente, as IOCs querem os ativos de especificação mais alta”, explicou Jeremy Thigpen, CEO da Transocean, durante conversa com analistas nesta quarta-feira (21/2).
Há expectativa, por exemplo, em relação ao aumento das contratações no país de sondas de alta especificação, unidades de águas ultraprofundas e de torre dupla. A patente das sondas de torre dupla no Brasil, inclusive, está nas mãos da própria Transocean.
A companhia está otimista de que os leilões programados para 2018 terão bons resultados, que ajudarão a trazer mais sondas para o país.
“Há muito interesse, principalmente das majors, no Brasil (…) Esperamos enorme participação das petroleiras estrangeiras (nos leilões), o que é muito positivo não apenas em termos de investimento estrangeiro, mas também na diminuição da dependência de apenas uma companhia, a Petrobras”, argumenta Roddie Mackenzie, vice-presidente de Mercado e Contratos da armadora.
Hoje, a Transocean tem dois contratos ativos com a Petrobras, as unidades Transocean 706 e Petrobras 10.000. Esta última passa por reparos no momento, após um acidente em dezembro durante uma operação no Golfo do México, que deixou um trabalhador morto.
As companhias trabalham em uma investigação conjunta a respeito do acidente e a expectativa é que a sonda volte a operar ao final de fevereiro.