BW Offshore aguarda decisão da Petrobras sobre contrato da plataforma, que teve uma explosão em 2015
A BW Offshore aguarda uma decisão da Petrobras sobre o futuro da operação dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, na Bacia do Espírito Santo, para decidir o destino do FPSO Cidade de São Mateus. A companhia é dona da plataforma que explodiu há três anos, em fevereiro de 2015, enquanto atuava nestes campos.
A expectativa da BW é conseguir uma resposta da Petrobras ainda no primeiro semestre de 2018. O prazo é próximo ao estipulado pela ANP para que a petroleira apresente um novo plano de desenvolvimento para as áreas, até 31 de julho deste ano.
“Estamos em discussões com a Petrobras há algum tempo. Agora, estamos esperando a companhia concluir as discussões com o parceiro e regulador”, explicou Carl Arnet, CEO da BW, durante conferência com analistas na semana passada.
Há três anos, o acidente causou nove mortes e deixou outras 26 pessoas feridas e, desde então, Camarupim e Camarupim Norte estão sem produzir. O FPSO Cidade de São Mateus está em lay-up no estaleiro Keppel, em Singapura.
O contrato de afretamento entre BW e Petrobras acabaria em 2018, com possibilidade de extensão até 2024. Ambas as companhias já admitiram que a unidade pode não voltar a operar nos mesmos campos. A petroleira garante que está avaliando o retorno à operação do FPSO Cidade de São Mateus, mas afirma que também trabalha com alternativas.
“A companhia também está estudando outras concepções de projeto para viabilizar a continuidade da produção deste campo, que é um compromisso com a ANP”, afirmou a companhia em nota.
A Petrobras tem aval da ANP para manter a produção parada em Camarupim e Camarupim Norte até julho de 2019. Ambos os campos são operados pela Petrobras, mas em Camarupim a companhia tem 100% da concessão e em Camarupim Norte tem 65% – a OP Energia detém os outros 35%. A produção era feita por meio de oito poços, com volume aproximado de 2 milhões m³/dia de gás natural.
Entre as causas que levaram à explosão estão a estocagem inadequada de condensado e a degradação do sistema de cargas. Além disso, a ANP constatou que as decisões gerenciais tomadas pela Petrobras, Prosafe e BW Offshore ao longo do ciclo de vida do FPSO agregaram riscos à operação da plataforma. O inquérito da Polícia Federal sobre o acidente não imputou responsabilidade criminal à Petrobras ou a seus empregados.