Paralelamente aos investimentos que somam R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos em suas atuais unidades de negócio, o grupo especializado em logística Wilson Sons dedicará atenções também à expansão do portfólio. O complexo portuário de Suape, em Pernambuco, é o projeto que mais atrai interesse da companhia.
“Provavelmente entraremos com um parceiro estratégico”, diz o diretor-presidente da Wilson Sons, Cezar Baião. Ele não adianta detalhes, mas diz que a eventual licitação portuária em Manaus também interessa à empresa. Ainda está no radar a autorização de terminais em áreas privativas. “É a primeira vez que vamos estudar isso”, disse.
O interesse nos terminais portuários é justificado pelo fato de continuar sendo o principal ramo de negócios da companhia, mesmo com a queda de 17% na receita líquida em relação a um ano antes. O segmento gerou US$ 226 milhões de receita no ano passado. Os terminais da Wilson Sons ficam em Salvador (BA), Rio Grande (RS) e Niterói (RJ).
A Wilson Sons é uma companhia sediada no território britânico das Bermudas e atua há 175 anos no mercado brasileiro. Sua receita líquida total foi de US$ 645,3 milhões em 2012. Depois dos terminais, os serviços de barcos rebocadores – necessários para apoiar manobras de grandes navios – são os que mais contribuem para o balanço. A atividade rendeu US$ 177 milhões de receita líquida à companhia no ano passado, um aumento de 6% na comparação com o ano anterior.
Em 2012, a empresa lançou três embarcações, e agora se prepara para iniciar a construção de 12 rebocadores, com recursos liberados no fim de 2011 pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM). O investimento total é de US$ 150 milhões.
Também é previsto pela companhia o crescimento em outro negócio estratégico: neste ano, serão finalizados investimentos de quase US$ 300 milhões em cinco embarcações de apoio logístico à indústria do petróleo.
Com a compra, a frota da companhia passará a ser de 19 embarcações desse tipo no fim do ano. O principal cliente dos serviços prestados por esses barcos é a Petrobras. A confiança no negócio é tanta que a empresa irá fazer mais três encomendas no ano que vem. Cada barco custa US$ 55 milhões.
Os barcos foram feitos no Guarujá (litoral de São Paulo), onde fica o estaleiro controlado pela companhia. Nesse empreendimento, deve ser inaugurada neste mês, segundo Baião, uma expansão que dobrará a produção de embarcações. O investimento foi de aproximadamente US$ 60 milhões. Já há previsão de mais produções para o ano que vem.
Outro investimento da companhia está paralisado. O estaleiro de Rio Grande, no Estado gaúcho, está à espera de licença de uso de faixa de cais, a ser cedido pela União. O investimento calculado para o empreendimento é de US$ 140 milhões.
Com uma atuação sujeita à legislação portuária, a Wilson Sons defende claramente seus interesses no trâmite da Medida Provisória 595, que trata do setor. O mais importante, diz seu presidente, é implementar a renovação antecipada para os contratos de concessão no setor. Outra medida é a liberação com celeridade de investimentos em áreas portuárias adjacentes.