Há alguns anos, a Petrobras anunciou um projeto revolucionário. Além de encomendar 49 navios através de sua subsidiária Transpetro – dos quais três ainda sem contrato assinado – a estatal lançou o projeto EBN – de Empresa Brasileira de Navegação – prevendo construção de 39 navios.
O sistema funcionaria de modo parecido com o de barcos de apoio, em que a estatal não se torna dona dos navios, mas garante contratos de longo prazo – neste caso, de 15 anos – para que empresas privadas, com essa garantia de operação, encomendem navios. O método é um ovo de Colombo, pois ninguém perde e todos ganham.
Mas, na prática, o projeto deu em água. Sem anúncio formal, empresas privadas vêm anunciando desinteresse. Na mais recente reunião do Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante, a Pancoast Navegação teve canceladas prioridades para quatro navios-tanque de 30 mil toneladas, a exemplo de outras companhias que desistiram anteriormente do projeto, não se sabe se por desinteresse da Petrobras ou oferta de remuneração insuficiente para privados bancarem o investimento de longo prazo. Há informações de que a Kingfisch também teria desistido do EBN.
Na revista Unificar, do Sindicato Nacional dos Marítimos (Sindmar), afirmou o presidente da entidade, Severino Almeida: “O projeto EBN não decolou e não vejo condições efetivas de decolar agora”. Segundo Almeida, a Petrobras tem optado por alugar navios estrangeiros, diretamente ou através da Transpetro.“A empresa-mãe, com suas ações de afretamento, demonstra claramente sua intenção de afretar navios lá fora”, declarou Almeida. A Petrobras não se pronunciou e fontes da estatal dizem que estão sendo feitos “ajustes”.