Representantes do setor naval acreditam que o Brasil avançou o período de retomada e entrou na fase de busca de competitividade internacional. O presidente da Transpetro Sérgio Machado destacou que o país superou os desafios de voltar a fabricar navios no Brasil e de construir embarcações com índice de nacionalização de 65%. Ele ressaltou que o Brasil é, atualmente, a quarta carteira mundial na encomendas de navios, atrás da Noruega, Estados Unidos e Grécia.
“Estamos no último estágio para chegar lá. Começamos construindo navios, depois atingimos o índice de 65% do conteúdo nacionalizado e agora buscamos a meta de nos tornarmos competitivos a nível mundial”, afirmou Machado nesta terça-feira (13), durante a abertura da 10ª edição da Navalshore – Marintec South America.
Machado disse ainda que o Brasil precisa aperfeiçoar a gestão e aproveitar o conhecimento adquirido nos últimos anos. “Temos estaleiros modernos e aqueles que estão se modernizando, mas precisamos consolidar a indústria naval como um todo, de forma sustentável. Temos condições de dar este grande salto”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, avalia que o mercado percebeu essa mudança de foco do setor em busca de competitividade. “Ter indústria competitiva no mercado internacional garante que estamos bem posicionados”, observou Mendonça, que também participou da cerimônia de abertura da feira.
De acordo com Mendonça, o Brasil reúne todas as condições importantes para ter indústria naval saudável, consolidada e com padrão internacional. “O tamanho da reserva do pré-sal fará com que a indústria possa se desenvolver e se tornar referência mundial”, acredita.
Durante a abertura, Machado também elogiou o incremento da oferta de crédito para o setor. O superintendente executivo da Caixa, Antonio Gil Silveira, destacou o montante de R$ 5 bilhões de crédito já liberados pelo banco para o setor naval, por meio de diversas linhas. A principal linha continua sendo o Fundo da Marinha Mercante (FMM). Ele adiantou que a Caixa possui cerca de R$ 1 bilhão em crédito aprovado perto de ser liberado. “Fica o compromisso da Caixa de querer ser o banco da indústria naval”, afirmou Gil.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Julio Bueno, disse durante a abertura da Navalshore 2013 que o estado aposta na atração de fornecedores na área de subsea para o mercado brasileiro e fluminense. Ele destacou que existe uma quantidade grande de empresas subsea vindo para o Rio de Janeiro e ressaltou que o estado possui capacidade de empréstimo da ordem de R$ 4,5 bilhões para o segmento.