A empresa brasileira de projetos de engenharia Ghenova, com sede em Sevilha, na Espanha, consolida sua posição no Brasil, desde o início de suas operações no país em 2010. A porta de entrada foi a conquista do contrato de detalhamento do projeto de engenharia naval e suporte técnico, para a construção de oito navios gaseiros (LPGs), com o Vard Promar. A Ghenova recebeu a aprovação da Transpetro, contratante dos navios, e passou a integrar o cadastro de fornecedores da Petrobras.
O diretor da Ghenova Brasil, Rui Miguel Vieira, explica que a empresa identificou espaço para engenharia de detalhamento de projeto básico no Brasil, foi o nicho de mercado escolhido para a iniciar atuação da empresa aqui. “Trabalhamos com foco no detalhamento sem perder de vista nossa capacidade de projeto básico de navios de apoio marítimo PSV, AHTS e OSRV e em outros segmentos como aeronáutico, onde o Brasil também tem liderança”, disse.
Engenharia naval
A Ghenova registrou, em 2012, faturamento de 22,3 milhões de Euros, sendo 87% no mercado internacional. A engenharia naval é o segmento que representa o maior volume de negócios e tem mais pessoas trabalhando. Empresas internacionais como a Navantia, Fincantieri, Akwer Yards, IHC Merwede, HWD, ThyssenKrupp e STX Europe estão entre os clientes no mercado naval.
A empresa tem uma filosofia de trabalho voltada para atender as necessidades dos clientes e oferece os serviços de engenharia de qualquer tamanho ou escopo, direcionado para soluções. As áreas onde atua são a engenharia naval e offshore, industrial e energia, aeronáutica, civil e agroindústria.
“O formato do nosso projeto de detalhamento com plantas em 3D, suportado por um banco de dados completo com especificações de cada componente, sistemas e equipamentos e as instruções de montagem construtiva causaram boa impressão no Estaleiro Vard Promar e na Transpetro”, informa Rui Miguel Vieira.
O contrato dos gaseiros
O contrato para os oito navios gaseiros é para detalhamento do projeto básico da Hamworthy (Reino Unido-Finlândia, adquirida pela Wartsila em 2012), que será também a fornecedora dos tangues de LPG pressurizados e semi-pressurizados. Serão quatro navios de 4.000 metros cúbicos (98 metros de comprimento por 16,8 de largura); dois de 7.000 metros cúbicos (117,2 metros de comprimento por 19,2 de largura) e dois de 12.000 metros cúbicos (142,7 metros de comprimento por 23 de largura).
O casco do primeiro navio gaseiro, de 7.000 metros cúbicos de capacidade, está em construção no Estaleiro Rionave, no Rio de Janeiro, com previsão de lançamento ao mar no final de setembro de 2013. Já terá os acabamentos avançados do sistema de tubulação e do sistema de lastro. Será rebocado até o Estaleiro Vard Promar, em Suape (Pernambuco), para finalizar sua construção e a integração dos tangues de LPG e sistemas de distribuição de fluídos. Equipamentos fornecidos pela Hamworthy, no valor de 50 milhões de Libras Esterlinas, segundo informação divulgada em nota para a imprensa da Hamworthy.
O diretor técnico da Ghenova Brasil, Gregorio Galán Garcia, elogia o trabalho realizado pelos operários, engenheiros e técnicos do Estaleiro Vard Promar e do Rionave. Ressalta que o projeto de detalhamento foi testado e aprovado nesta fase e vê com otimismo a continuação do projeto em Pernambuco.
Cerca de 45 engenheiros navais estão envolvidos no projeto de detalhamento e acompanhamento da produção. Foram treinados em trabalho no projeto na Espanha, num investimento que demonstrou sua eficácia na etapa de construção.
Mais contratos no Brasil
O relatório anual de 2012, da Ghenova, registra outros contratos no Brasil: participação no projeto de detalhamento e assistência técnica para a construção de navios sonda no Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), na Bahia; trabalhos para o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco; e assistência técnica de engenharia na implantação de oito parques eólicos.