O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) vai investir R$ 800 milhões na OAS Óleo e Gás, empresa do grupo OAS, que desenvolve projetos de apoio às operações de exploração e produção de petróleo e gás. O acordo, ainda sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), foi celebrado na segunda-feira, dia 14 de outubro. A injeção de capital acontece em um momento em que o Brasil apresenta fortes expectativas de crescimento para a infraestrutura que dará suporte ao setor petrolífero, pouco desenvolvido para a grande demanda que virá.
Conforme informou a companhia ao Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, o negócio prevê que o aporte seja feito de acordo com as necessidades de capital dos projetos contratados ou que venham a ser contratados pela OAS Óleo e Gás, conforme o plano de negócios aprovado pelo FI-FGTS. Não foram informados mais detalhes sobre o negócio.
Criada em 2010 para concentrar os investimentos do grupo OAS no setor petrolífero, a OAS Óleo e Gás trabalha com foco no desenvolvimento de projetos de apoio às operações de exploração e produção de petróleo e gás natural. Dentre as atividades da companhia, estão o afretamento e a operação de unidades flutuantes de perfuração (navios-sonda), de plataformas de produção de petróleo, além de navios de apoio em mar.
A OAS Óleo e Gás é coproprietária de cinco navios-sonda, afretados à Petrobras para a exploração da camada do pré-sal. Uma vez concluída a construção, a OAS Óleo e Gás participará também da sua operação. Também faz parte do seu escopo de atuação a propriedade e a operação de bases de apoio logístico.
O horizonte de crescimento logístico para prestação de serviços no setor petrolífero brasileiro é muito grande. Falando apenas de navios de apoio, a partir de dados divulgados pela Petrobras, estima-se que somente a frota de apoio possa crescer 65,5% até 2020, dos atuais 453 barcos para 750 embarcações.
Apenas o Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, que será leiloado na segunda feira sob regime de partilha de produção, deverá exigir entre 12 e 15 plataformas de produção, além de cerca de 48 navios de apoio, nos próximos 35 anos. Especialistas do mercado ouvidos pelo Valor acreditam que parte da demanda de apoio ao setor de petróleo deverá vir do exterior. Entretanto, o governo tem divulgado normas rígidas para que seja elevado o nível de conteúdo local dos equipamentos.