Também no caso da indústria de gás natural, quem lidera o investimento é a Petrobras. A afirmação é de Marcelo Colomer, do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A indústria de gás natural no país está vivendo um desenvolvimento tardio e mais de 90% da produção e do investimento em transporte e distribuição estão a cargo da Petrobras”, disse, no seminário Desafios da Energia no Brasil, promovido, no Rio, pelo GEE/UFRJ.
Ponderando que cada vez mais a exploração de gás estará associada à produção de energia, o economista destacou que parte das reservas deve ser utilizada para outros fins, sobretudo para tornar a indústria mais competitiva. “Hoje 12% da matriz energética são supridos por gás, mas nos Estados Unidos existe um lobby pela não exportação de gás e a favor de seu uso no mercado interno, barateando os custos industriais”, comparou.
Na opinião de Colomer, a indústria do gás precisa de um modelo próprio, pois os riscos iniciais são altos e a infra-estrutura é comparável à do setor elétrico. “Daí o papel importante da Petrobras, já que 75% das reservas estão associadas ao petróleo. Mas a grande questão do momento é desenvolver o gás não associado ao petróleo”, frisou.