As notícias sobre o mercado mostram a expansão na demanda por diversos tipos de construção naval: aumenta a demanda pelo transporte fluvial com a criação de novas empresas e o desenvolvimento de novas rotas através dos rios. Aumenta a demanda por transporte marítimo de contêineres. Nova etapa de contratação de navios petroleiros está em planejamento. No segmento offshore a demanda por plataformas também tem número relevantes.
O desafio para atender este mercado de construção naval está na qualificação do pessoal que trabalha nos estaleiros. Nos primeiros dez anos da recuperação do setor, diversos trabalhadores dos antigos estaleiros retornaram. Foi sua experiência e conhecimento de possibilitou a primeira etapa de expansão do setor. Agora, muitos trabalhadores atingiram a idade da aposentadoria. Um grupo mais jovem e menos experiente precisa receber treinamento e ser qualificado.
A falta de trabalhadores qualificados é apontada como um problema para 68% das indústrias de grande porte, segundo pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo mostra que a situação piorou, em 2011 eram 66% das empresas que apontavam esta dificuldade. No segmento de plataformas notamos que o Brasil vem importando cascos para construir localmente os módulos e realizar sua integração ao casco. Indicando um bom desempenho nesse segmento de maior valor agregado.
Nos estaleiros o aumento dos investimentos em qualificação de pessoal vem aumentando. A melhoria da produtividade é essencial para o setor. Assistimos alguns fenômenos que merecem registro, por exemplo: a área construção do casco dos navios, que sempre foi a mais produtiva do estaleiro, está com a produtividade menor que a área de acabamento.
É uma questão que merece atenção e debate com os contratantes de navios e plataformas.
Ariovaldo Rocha
Presidente do SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore
Artigo para o jornal O Fluminense