RIO – Um pool de cinco empresas japonesas, liderada pela Mitsubishi Heavy Industries (MHI), confirmou nesta terça-feira, 19, investimento de US$ 300 milhões na compra de 30% da empresa de construção naval Ecovix-Engevix, do Estaleiro Rio Grande (RS).
Os japoneses funcionarão como parceiro estratégico da Ecovix e pretendem se beneficiar da demanda do pré-sal e das exigências de conteúdo local. Já a Ecovix aposta no ganho de eficiência japonesa, em um momento de excesso de encomendas e atrasos em estaleiros brasileiros. Hoje, a Ecovix tem encomendas para oito cascos de plataformas flutuantes (FPSOs) para a Petrobras e três navios-sondas para a Sete Brasil.
“Falta eficiência em termos de custo e mão de obra. Fazer no tempo correto, prazo a baixo custo requer tecnologia. Algo que ainda tem que ser bastante estudado no Brasil”, disse em coletiva de imprensa Yoichi Kujirai, presidente da unidade de aviação e sistemas de transportes da Mitsubishi Heavy Industries (MHI).
A entrada do consórcio aumenta a presença de asiáticos na área de construção naval brasileira, que já conta com chineses e coreanos. A MHI terá 50% do consórcio, que investirá nos estaleiros, e os outros 50% estarão distribuídos entre Imabari Shipbuilding Co. Ltd., Namura Shipbuilding Co. Ltd., Oshima Shipbuilding Co. Ltd. e Mitsubishi Corporation.
As empresas japonesas não fornecerão o projeto, ou farão parte da gestão do negócio, mas atuarão na engenharia do estaleiro, com melhora de procedimentos, métodos de controle e planejamento.
“Produtividade, eficiência e competitividade foram os três vetores que nortearam sempre nossa conversa”, disse o presidente da Ecovix, Gerson Almada. “Desde o início a Ecovix está em busca de um parceiro estratégico”. A Ecovix comprou a unidade ERG 1 do estaleiro Rio Grande e conquistou seu primeiro contrato em 2010. Hoje, está expandindo com as unidades ERG 2 e 3, num investimento total de R$ 2 bilhões.
As plataformas cujos cascos serão produzidos pela Ecovix são chamadas replicantes por repetirem um mesmo projeto. O primeiro casco de replicante (P-66) está programado para sair do dique seco em abril de 2014, e ser entregue para integração em maio. A partir daí, Almada diz que, a cada seis meses, a Ecovix colocará um replicante no mar. “O projeto do ERG é de uma fábrica de cascos”, disse.
Segundo Almada, o objetivo é atender demandas não apenas da Petrobras, mas de todas as petroleiras que atuam no Brasil e respondem às exigência de conteúdo local da ANP.