Pré-sal deve gerar 46 mil empregos até 2015

  • 21/11/2013

RIO – O aumento das atividades de exploração do pré-sal vai elevar a oferta de empregos mais qualificados no setor de óleo e gás. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, das 46 mil vagas que serão geradas até 2015 com o aumento dos investimentos no setor, 84% serão ocupadas por técnicos ou profissionais de nível médio, cujos salários podem chegar ao dobro das de nível básico.

Hoje, pouco mais de 20% das ocupações do setor são preenchidas por técnicos.
E o Rio de Janeiro – responsável por 71% da produção nacional de petróleo, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) – será um dos mais beneficiados com a geração dessas vagas. Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, do Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai), a remuneração média das ocupações técnicas do setor de petróleo no Rio é de R$ 2.798, acima da média nacional, de R$ 2.165. No Espírito Santo, segundo maior produtor do país, com 15% do total de petróleo extraído, a média é de R$ 1.954.

– O pré-sal é a nova fronteira tecnológica. E o aumento dessas atividades no Brasil vai alterar o perfil do emprego industrial do setor de óleo e gás, pois vai exigir profissionais com formação mais qualificada – diz Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai.

Renda maior no Rio

O pré-sal hoje já produz cerca de 397 mil barris diários de óleo equivalente (boe) em 13 campos. No mês passado, ocorreu o leilão da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, que, sozinho, tem reservas estimadas entre oito e 12 bilhões de barris de petróleo. Segundo a ANP, só essa área pode envolver de 12 a 18 plataformas de produção, além de 60 a 90 barcos de apoio. Mas o potencial do pré-sal vai além. A Petrobras tem, sozinha, outros 10,8 bilhões de boe concedidos no pré-sal.

– Além dos desafios tecnológicos da exploração em águas profundas, temos uma necessidade exponencial de mão de obra preparada, com uma equipe técnica qualificada – diz o gerente do Centro de Tecnologia do Senai Automação e Simulação, Bruno Gomes.

Lucchesi lembra que a demanda por profissionais qualificados já é alta e será ampliada nos próximos cinco anos, quando as novas plantas entrarem em produção. Com o mercado já aquecido, o estudo da CNI revela que hoje um técnico em mineração, responsável por supervisionar equipes no processo de extração de petróleo e gás, ganha, em média, R$ 11,1 mil no Rio. No Espírito Santo, a mesma ocupação tem ganho médio de R$ 5,3 mil.

De olho na demanda do setor, o Senai vem investindo fortemente para aumentar a formação de mão de obra. A meta é dobrar a capacidade de alunos até 2014, passando para quatro milhões de estudantes. Além disso, o Senai, que tem 580 centros de formação profissional no país, está dobrando a capacidade de 251 dessas escolas e está construindo mais 100 unidades.

– Estamos investindo R$ 3 bilhões nesses projetos, sendo metade com financiamento do BNDES – diz Lucchesi.

A estudante Mara Bruna Farias, de 18 anos, decidiu fazer um curso técnico, simultaneamente ao ensino médio: Estou nesse curso desde abril do ano passado. Aqui aprendo desde a exploração até o transporte.

Fonte: O Globo | Bruno Rosa
21/11/2013|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , , |