Trabalhadores do Polo Naval serão recontratados afirma Dilma no RS

  • 08/11/2013

Durante a cerimônia de conclusão da plataforma de petróleo P-58 em Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (8), a presidente Dilma Rousseff garantiu a recontratação dos trabalhadores do polo naval após a finalização da obra. Milhares de funcionários de todas as regiões do Brasil foram morar no município para a elaboração do casco. Com a finalização da plataforma, os empregados ficariam pelo menos seis meses parados até o início do próximo casco, previsto para 2014. Entretanto, segundo ela, nenhum trabalhador da área ficará sem emprego.

“No Campo de Libra, para se ter uma ideia, temos entre 12 a 16 novas plataformas. Isso significa que teremos demandas extras. Vocês sabem perfeitamente como é importante para um estaleiro um planejamento para que não haja problema de descontinuidade. Além disso, também temos que entregar no prazo”, ressaltou durante a solenidade.

Dilma chegou ao município acompanhada de uma comitiva e foi aplaudida pelos funcionários do Estaleiro Quip, do Porto de Rio Grande e da Petrobras. Eles aguardavam a chegada da presidente desde as 10h, mas a cerimônia começou às 12h. Ao lado do governador Tarso Genro e da presidente da Petrobras, Graça Foster, Dilma inaugurou uma placa alusiva à conclusão das obras.

A presidente ressaltou o orgulho de estar no estado e ver um sonho seu, da época em que era ministra no governo Lula, se tornar realidade. “A gente fica feliz de vir aqui e ver que é possível fazer algo que diziam que era impossível. Era 2003, eu era ministra de Minas e Energia do presidente Lula. A Graça era secretária de Gás e Petróleo e a nós duas foi dada a tarefa de construir plataformas no Brasil. Não eram construídas plataformas no Brasil e a indústria naval estava esquecida. Nós tínhamos de passar por cima de várias pessoas que diziam, inclusive, que não tínhamos competência para fazer casco. Teimar é importante, nós teimamos, criamos o programa para produzir tudo o que pudesse ser produzido no Brasil. Reavivamos a indústria do polo naval”, afirmou Dilma.

A presidente falou também sobre o Campo de Libra e ressaltou a importância dos recursos do petróleo, que irão se reverter em royalties para investimento na educação. “Temos de ter educação em dois turnos, o país precisa se desenvolver através de técnicos experientes e capazes”, discursou relembrando o projeto de escola de turno integral e o Pronatec.

A plataforma é a quarta construída no estado e será levada nas próximas semanas para o Campo de Baleia Azul, no Espírito Santo. A estrutura tem 330 metros de comprimento, 63 metros de altura e 56 metros de largura. A previsão é de que ela produza 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás.

Antes da solenidade, a presidente visitou o Estaleiro Rio Grande onde são feitas as obras dos cascos replicantes, construídos para a exploração do pré-sal. O casco P-66 será levado a Bacia de Campos assim que for finalizado e trabalhará tanto no processo pré-sal, quanto o pós-sal.

Garantia de 8 mil novos empregos

Durante a cerimônia, a presidente da Petrobras detalhou as próximas obras do polo naval no Brasil.“Vamos licitar a partir de 2014 mais 11 unidades estacionárias. Elas já estão na minha curva de produção”, garantiu Graça. Assim como Dilma, ela prometeu também emprego para todos os trabalhadores do setor que ficarão pelo menos seis meses parados após a conclusão da P-58.

Segundo Graça, a nova obra demandará 8 mil novos funcionários para a construção da P-75 e P-77. Atualmente, o assunto é um dos temores dos trabalhadores do polo naval. A presidente da Petrobras ainda tem como meta a retirada dos primeiros óleos das novas plataformas em 2016 e 2017. “Os 8 mil empregos vão abraçar e receber todos vocês”, concluiu Graça.

Dilma critica TCU e recomendação de paralisação de 7 obras

Em coletiva apenas para rádios locais na manhã desta sexta, Dilma criticou a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) de paralisar sete obras pagas com recursos federais, entre elas a implantação de pavimentação da BR-448, a Rodovia do Parque, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
“É absurdo paralisar uma obra. É algo extremamente perigoso. Depois, ninguém repara o custo. Para e ninguém ressarce o que foi perdido. Mas vai ficar pronta e vamos inaugurá-la”, declarou na entrevista. Ao G1, a assessoria de imprensa do TCU informou que o órgão não vai comentar as declarações da presidente.

Outra importante obra na região, a construção de uma via que ligue as cidades de Rio Grande a São José do Norte, foi citada pela presidente durante a entrevista. Ela afirmou que estudos estão sendo feitos para a construção de uma ponte ou túnel, para desafogar o trânsito de carros e pessoas, que hoje é feito através de uma balsa.

“Eu pessoalmente acredito, um chute, que está mais para ponte do que para túnel, mas não se sabe”, apostou Dilma.
O superintendente do Porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, acompanhou a entrevista pelas rádios locais.“Seria possível a construção de uma ponte móvel ligando Rio grande à Ilha do Terrapleno e depois a São José do Norte. Acho certa a posição dela de fazer um estudo”, disse Lopes ao G1.

Dilma deve permanecer em Rio Grande até o começo da tarde, segundo sua agenda oficial, e depois retorna para Porto Alegre. Ainda não está definida a volta para Brasília.

Fonte: Globo.com | G1 RS | Luiza Carneiro
08/11/2013|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , , , , , |